Era para ser uma quinta-feira normal. Há tempos não via o céu de Brasília tão aberto, tão azul, tão lindo. Era para ser uma manhã comum. Era. Antes que começássemos o dia, um chocante massacre entrou em nossas casas, trabalho, conversas. O mundo inteiro noticiava: jovem atira em alunos da escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Doze mortos, mais de dez feridos.

Na redação onde trabalho não havia política, economia, nem as demissões que vem ocorrendo. Nada nos alarmou mais que essa tragédia. Até onde sei esse moço, que premeditou essa barbárie, tinha 23 anos e estudou naquela escola. A pergunta que ecoa em minha mente e coração era sobre quem era esse tal moço, por trás da carta “tão pura” que ele deixou? Quem eram esses meninos de 12 a 14 anos que morreram sem ter chance de defesa? Quem eles seriam daqui cinco anos?

Ao voltar do trabalho, olhando para o mesmo céu azul não me contive: lágrimas escorreram. É impossível ser indiferente quando o mundo que nos cerca “jaz no maligno”, quando a humanidade se recusa ficar perto de Deus. Para mim e para você, a vida segue. Afinal, não foi com a gente, não é mesmo? No entanto, quero de uma maneira figurativa, torná-lo responsável (não pelo fato em si, mas pela transformação que pode ocorrer no mundo). Um jovem de 23 anos, com duas armas uma calibre 38 e outra calibre 32 e munições para dar e vender entrou em uma escola e causou morte e feridas irreparáveis com o tempo. Em dois meses, um grupo de jovens comprometidos com essa geração entrou em três escolas do Distrito Federal e levou vida a 215 estudantes .

Dessa soma, quantos desses alunos não teriam sido destruídos pelo pecado, pela angústia, pela solidão… Quantas vidas perdidas ganharam esperança em Cristo Jesus em apenas uma semana, cinco dias. Alunos descobrindo o amor imutável de Deus. E, por isso, o céu continua azul. Essa revolução está acontecendo de Norte a Sul do País. As diversas filiais da

Mocidade Para Cristo, espalhadas em todo o Brasil, tem se levantado com intrepidez para resgatar multidões de crianças, adolescentes e jovens para o Reino da Luz. São as Escolas da Vida, Falando de Vida, Superação, Clubinho, Desperta Débora.

Agora, por causa da indignação e revolta, seja difícil ler o trecho a seguir: “Porque Deus amou Wellington Menezes de Oliveira de tal maneira, que deu o seu Filho, o seu único filho, para que, se ele cresse, tivesse vida eterna”. A história

poderia ser contada de outro jeito. Como a minha e a sua foi. Eu posso fazer mais por essa geração. Eu posso ser usada pelo Senhor para mudar a história das pessoas que me cercam.

Gabriella Bontempo é voluntária da Mocidade para Cristo de Brasília e jornalista.

  1. Oi, Gabriella.

    Você disse coisas preciosas! Concordo em tudo! Que possamos ser instrumento de transformação. E pensei a mesma coisa quando soube da tragédia: Wellington Menezes poderia escrever outra história tivesse Cristo em sua vida. É uma pena! Como diz em Romanos, “a criação espera pela manifestação dos filhos de Deus”. Que nos manifestemos! E o Pr Simonton, da igreja Missão Praia da Costa (ES) deu uma grande ideia. Veja: http://www.missaopraiadacosta.com.br/simonton/

  2. Grabiella,

    Gostaria de te agradecer pelas palavras inspiradoras, venho meditando sobre o acontecido e tenho encontrado essa mesma resposta.
    Sua parafrase de Jorão 3:16 me emocionou e gostaria de pedir permissão para cita-la em uma mensagem minha.

    Que Deus nos use para outros “Wellingtons” possam ter um destino diferente.

    Deus a abençõe
    Pr. Rodolfo

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