Por John Stott

“Não tenha medo do que você está prestes a sofrer […] vocês sofrerão perseguição.” (Apocalipse 2.10)

Se a primeira marca de uma igreja-modelo é o amor, a segunda é o sofrimento. A disposição para sofrer por Cristo é a prova da autenticidade do nosso amor por ele.

A cidade de Esmirna (hoje Izmir) ficava a aproximadamente cinquenta quilômetros da cidade de Éfeso, pela costa. Seria a próxima cidade a ser visitada pelo mensageiro em sua trajetória circular pelas sete igrejas. Era famosa por seu esplendor e por ser sensível à sua rivalidade com Éfeso.

A igreja de Esmirna era uma igreja sofredora. Jesus lhe assegurou que conhecia as suas aflições, sua pobreza e a blasfêmia de seus inimigos. É provável que seus sofrimentos estivessem associados ao culto ao imperador, pois Esmirna se gloriava de seu templo em honra ao imperador Tibério. De tempos em tempos, seus habitantes eram convocados a aspergir incenso sobre a pira que ficava permanentemente acesa diante do busto do imperador e a confessar César como senhor. Como os cristãos poderiam declarar que César era o senhor depois de terem confessado a Jesus como Senhor?Este foi o dilema enfrentado pelo venerável Policarpo, bispo de Esmirna, no ano 156 depois de Cristo. Diante do anfiteatro lotado, ele foi intimado pelo procônsul a declarar o caráter divino de César e insultar a Cristo. Policarpo se recusou, dizendo: “Por oitenta e seis anos eu o tenho servido e ele nunca foi injusto comigo; como posso blasfemar contra meu Rei, aquele que me salvou?” O procônsul insistiu, ameaçando atirá-lo às feras selvagens ou no fogo se ele não mudasse de ideia. Policarpo, no entanto, permaneceu firme. Quando o fogo foi aceso, o santo bispo agradeceu a Deus por considerá-lo digno de compartilhar do cálice de Cristo e ser contado entre seus mártires.

Mais de meio século antes, Cristo já havia advertido a igreja de Esmirna quanto às ameaças de prisão e morte. “Seja fiel até a morte”, ele escreveu a ela, “e eu lhe darei a coroa da vida” (v. 10).

Para saber mais: Apocalipse 2.8-11

Texto originalmente publicado no devocionário A Bíblia Toda o Ano Todo.

Leia mais:

» Carta à igreja de Pérgamo – Verdade
» Carta à igreja de Tiatira – Santidade

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