Por John Stott

“Você está fazendo mais agora do que no princípio.” (Apocalipse 2.19)

Se Tiatira tinha alguma distinção no mundo antigo, ela era comercial e não política. Ela era um centro comercial próspero. Descobertas arqueológicas revelaram que Tiatira se orgulhava de suas inúmeras guildas. Havia ali associações de padeiros, de artífices de bronze, de fabricantes de roupas e de sapateiros, de tecelões, curtidores, tintureiros e oleiros. Essa característica é particularmente interessante para nós porque Lídia, uma das convertidas notáveis de Filipos, era de Tiatira. Ela vendia materiais tratados com a tintura roxa de Tiatira e é descrita por Lucas como “vendedora de tecido de púrpura” (At 16.14). Será que Lídia, nascida de novo em Cristo, ao retornar a Tiatira foi quem viabilizou a implantação da igreja cristã na cidade?

Em sua carta a Tiatira, Jesus enfatiza a santidade como a próxima marca essencial de uma igreja-modelo. Logo no começo da carta ele faz um caloroso elogio, afirmando conhecer as suas obras, o seu amor, a sua fé e a sua perseverança. Essas são quatro excelentes virtudes, incluindo a tríade da fé, da esperança e do amor. É interessante observar que enquanto a igreja de Éfeso havia decaído de um bom início, a igreja de Tiatira estava fazendo mais agora do que havia feito nos primeiros tempos.

Infelizmente, porém, não era essa a imagem completa da igreja. Uma perigosa erva daninha estava crescendo naquele belo jardim. Ao mesmo tempo em que a igreja de Tiatira apresentava excelentes qualidades, ela era culpada por fazer concessões morais. A igreja tolerava em seu meio uma mulher que se dizia profetisa, simbolicamente chamada de Jezabel, como a rainha má de Acabe. Ela estava desviando alguns membros da igreja de Tiatira, tentando convencê-los de que a liberdade cristã permitia a prática da imoralidade.Jesus chamou-a ao arrependimento, mas ela não se mostrou disposta. Assim, seu juízo inevitavelmente cairia sobre ela e também sobre seus seguidores, a menos que se arrependessem de seus maus caminhos.

A santidade do domínio próprio e a semelhança com Cristo são também características essenciais de uma igreja-modelo. A tolerância não é uma virtude se aquilo que está sendo tolerado é o mal. Deus continua dizendo a seu povo: “Sejam santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.16; veja Lv 19.2).

Para saber mais: Apocalipse 2.18-29

Texto originalmente publicado no devocionário A Bíblia Toda o Ano Todo.

Leia mais:

» Carta à igreja de Sardes – Sinceridade
» Carta à igreja de Filadélfia – Missões

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