O profeta Habacuque foi contemporâneo de Jeremias e viveu numa época de crescente deterioração moral e espiritual em Judá (o reino do sul). Ele sabia que o juízo de Deus se aproximava e viria por meio da invasão babilônica, ocorrida em 586 antes de Cristo. Ele não se conformava com a iniqüidade do seu povo nem com o avanço de Nabucodonosor.

É nesse contexto que aparece o famoso clamor de Habacuque: “Senhor, ouvi falar da tua fama; tremo diante dos teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em tua ira, lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2).

Lembrando-se dos atos portentosos de Deus na história da nação, principalmente, quem sabe, do êxodo do povo de Israel do Egito, o profeta roga ao Senhor que faça novamente as mesmas obras realizadas no passado. É por essa razão que os crentes costumam usar a oração de Habacuque para clamar a Deus por um avivamento na igreja.

Outras versões das Escrituras ajudam a compreender melhor o clamor de Habacuque:

“Edição Revista e Atualizada” — “Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida”.

“Nova Tradução na Linguagem de Hoje” — “Faze agora, em nosso tempo, as coisas maravilhosas que fizeste no passado, para que nós também as vejamos”.

“Bíblia Hebraica” — “Ó Eterno, mantém sempre viva tua obra [Israel] ao longo dos anos [de exílio]. No correr do tempo torna-a reconhecida”.

“Na Edição Pastoral” — “Ao correr dos anos faze-as [as tuas obras] reviver; manifesta-as no curso dos anos”. (Outras três traduções usam o mesmo verbo ‘reviver’.)

“Bíblia do Peregrino” –“No meio dos anos realiza a tua ação! No meio dos anos, manifesta-a”.

“Bíblia Viva” — “Nesta hora em que precisamos tanto da ajuda, ajude-nos novamente, como fez no passado! Mostre o seu poder, que pode nos salvar”.

O clamor de Habacuque é definido e preciso quanto ao que pede e quanto à ocasião para a qual pede: “Que o Senhor realize sua ação e a faça perceber no meio da história, sem adiá-la para um futuro indeterminado” (paráfrase de Luís Alonso Shökel).

Essa súplica, feita pessoal e comunitariamente, pode provocar saudáveis reviravoltas no povo de Deus, desde que saia mais do coração do que dos lábios.

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