Certa vez, Eliseu passou por Suném. Ali, uma mulher rica insistiu em que ele ficasse para comer. Isso acabou virando um costume. Toda vez que ele passava por lá, parava para uma refeição. A mulher disse ao marido: “Tenho certeza de que esse homem que nos visita é um santo homem de Deus”. (2Rs 4.8-9)

Por volta do ano 850 antes de Cristo, Eliseu estava arando a terra com doze parelhas de bois. Elias o alcançou e o chamou para ser o seu auxiliar. O rapaz pediu licença apenas para dar “um beijo de despedida” no pai e na mãe. Em seguida, matou os bois e, com a madeira do arado, cozinhou a carne e a ofereceu ao povo. Então, partiu para outro estilo de vida e outros afazeres. Assim, de modo impactante, iniciou o seu notável ministério, a princípio como ajudante de Elias e, depois, como sucessor dele (1Rs 19.19-21).

O nome de Eliseu aparece mais de quarenta vezes no segundo livro de Reis. A partir de certo momento, o narrador e alguns personagens da história passam a se referir a ele pelo apelido “o homem de Deus”. É possível encontrar essa designação 29 vezes no mesmo livro. Qual seria a origem desse apelido tão sugestivo? Tudo começou com a observação do estilo de vida de Eliseu. O profeta sempre passava por Suném, ao norte da Galileia, e ali tomava uma refeição na casa de uma mulher rica, cheia de iniciativa. Por admirar a conduta daquele profeta andarilho, a sunamita comentou com o marido que se tratava de um “santo homem de Deus” (2Rs 4.9). Naquele dia, Eliseu ganhou o apelido de “o homem de Deus” e uma pequena suíte para se hospedar.

Profeta que não vive o que prega não é legítimo portador da Palavra de Deus. Títulos e vestes litúrgicas, mestrados e doutorados, cultura e sabedoria, gesticulação e oratória, poder eclesiástico e nome famoso têm valor relativo. O mais importante, o que convence, o que agrada a Deus, o que imprime autoridade é a vida particular e pública do profeta, do pregador, do sacerdote, do pastor, do bispo, seja homem ou mulher.

Texto originalmente publicado no livro Cuide das Raízes, Espere pelos Frutos, de Elben César.

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