Eles sempre se reuniam todos juntos para orar com as mulheres. (Atos 1.14a)

Por não ficar no andar térreo e por poder reunir mais de cem pessoas, é bem provável que a sala onde os discípulos se hospedavam em Jerusalém fosse a mesma “grande sala mobiliada” da Páscoa (Lc 22.12). Entre os presentes havia não poucas pessoas do gênero feminino. Além da presença mais do que explicável de Maria, estavam lá as famosas mulheres da Galileia, às quais Lucas se refere com frequência e detalhadamente em seu Evangelho, sendo esta a última menção a elas.

A primeira referência a essas mulheres é muito rica. Elas viajavam com Jesus e os discípulos e “com seus próprios recursos” o ajudavam. Elas agiam assim não para obter algum benefício da parte do Senhor, mas porque já haviam sido abençoadas por ele. Aquelas senhoras haviam tido problemas de saúde ou foram possuídas por espíritos maus. Uma delas, Maria Madalena, chegou a ter sete demônios no corpo. Jesus livrou-as desses diferentes tormentos. Outra, chamada Joana, era casada com um funcionário público de alto escalão (Cuza). Além de Madalena, Joana e Susana, havia “muitas outras mulheres” sempre ao redor de Jesus (Lc 8.1-3). Elas estavam em Jerusalém na última semana, assistiram a todos os lances da crucificação (Lc 23.49) e fizeram questão de acompanhar o corpo de Jesus até o túmulo de José de Arimateia. “Depois voltaram para casa e prepararam perfumes e óleos para passar no corpo dele”, o que de fato fizeram no domingo de madrugada (Lc 23.55-56). Por estarem ali naquele domingo e naquele jardim elas foram as primeiras a testemunhar e a anunciar a ressurreição do Senhor (Lc 24.1-10). Passados quarenta dias, agora, elas estão orando e aguardando o Espírito (At 1.14).

Texto originalmente publicado no livro Refeições Diárias no Partir do Pão e na Oração.

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