Ao contrário do que muitos ainda pensam, o alvo do reformador Martinho Lutero era, primariamente, proclamar o evangelho. O resto todo, inclusive a Reforma, foi consequência. Em sua biografia – Conversas com Lutero: história e pensamento –, escrita em forma de entrevista, o pastor Elben César, “perguntou” ao reformador o que foi a Reforma e qual sua importância para a Igreja.

Repórter – Afinal, o que o doutor chama de reforma?

Lutero – Simplificando ao máximo, eu diria que é o movimento permanente na Igreja para restaurar a energia e a espiritualidade nas suas instituições, sempre necessário devido à fragilidade dos seus membros. Acrescentaria ainda que reforma é uma oportunidade ímpar para se rever qualquer desvio não só de comportamento, mas também de ordem dogmática.

Repórter – O doutor quer dizer que em nenhum momento de sua história a Igreja pode declarar que não precisa de reforma?

Lutero – Minha tese é ecclesia reformata semper reformanda est, isto é, igreja reformada tem de ser constantemente reformada. É preciso levar a sério o drama da fraqueza humana. Qualquer pessoa que leia a história de Israel, especialmente no período compreendido entre a posse da terra e a monarquia, encontrará seis vezes as expressões que revelam os desvios do povo eleito (Jz 3.12; 4.1; 6.1; 8.33; 10.6; 13.1).

Trecho extraído do livro Conversas com Lutero.

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