A história do natal não principia em Belém da Judeia nem em Nazaré da Galileia. Sua origem e razão remontam a tempo bem distante e a um ponto geográfico qualquer do Universo. Tudo começa com um sentimento e com uma declaração de amor. Está escrito em João 3.16 – “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito . O autor da Carta aos Hebreus também registra algo como uma conversa com Deus e Jesus Cristo. Ambos estão consternados com a triste sorte do homem. Diante do problema criado pelo mal e já que sangue de touros e de bodes em holocaustos e ofertas não podem remover pecados, o Filho se oferece para a delicada e sofredora missão de tirar o pecado do mundo. “Eis aqui estou, para fazer, ó Deus, a tua vontade”. Fazia-se mister que ele descesse até o nível do homem e com este se identificasse. O Filho precisava fazer-se carne, ser visível, audível e tangível. No mesmo trecho das Escrituras (Hebreus, cap. 10), lê-se: “Corpo me formaste”. Onde? No ventre de uma virgem, que residia em Nazaré. A concepção foi sobrenatural.

A partir deste passo, a história do Natal se desenrola em nosso planeta, naquela pequena faixa de terra entre a Europa, Ásia e África. O sacerdote Zacarias é notificado de que nasceria uma criança em sua casa. O filho receberia o nome de João e seria o preparador do terreno para a vinda do Messias. Seis meses depois, o mesmo anjo Gabriel que aparecera a Daniel, no Velho Testamento, e a Zacarias, foi à casa de Maria, na Galileia, para comunicar-lhe que ela conceberia e daria à luz a um filho. Tanto ela como o noivo José são suficientemente esclarecidos a respeito dos fatos que se dariam. Não há lugar pra dúvidas e receios.

O nascimento de Jesus se dá em Belém por causa do decreto de César Augusto. Numa manjedoura, porque não havia lugar para uma mulher grávida de nove meses na estalagem. O nascimento foi natural e igual ao de todas as crianças. A data era de tal importância que os céus não se contiveram e houve uma eclosão de anjos dando glória a Deus nas maiores alturas. Os pastores deixaram as ovelhas e foram ver a Criança. Os magos vieram do Oriente para adorar e presentear o Recém-nascido. A participação do nascimento foi feita pelo próprio anjo nos céus de Belém: “Hoje vos nasceu na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo, o Senhor”.

Apesar de conter elementos aparentemente fantasiosos, esta é a autêntica história do Natal, a história original, sem acréscimos e sem cortes, sem mitos e desmitos. Ela se harmoniza com as profecias do Velho Testamento e é corrente com a mensagem de toda a Escritura.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

(João 1:1 e 14.)

<< Ultimato, novembro de 1968

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