Vocação é coisa de Deus
Por Jeferson Rodolfo Cristianini
“Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Êxodo 3.10). Essas palavras encorajadoras e desafiadoras foram pronunciadas por Deus a Moisés. O povo do Senhor, os israelitas, estava sendo escravizado pelo império de faraó no Egito. Deus, então, decide tirar Seu povo do jugo da escravidão e libertá-los. Para isso, o Senhor “precisava” de um líder para chegar diante do povo e anunciar que Ele (Deus) estava ouvindo as orações do povo e que promoveria a liberdade deles. Além de ter que ir até ao faraó dizer que o seu domínio chegara ao fim, esse líder também teria que conduzir o povo à terra que manava leite e mel.
Diante da convocação de Deus, Moisés recusa. Deus opera milagres através das mãos de Moisés, como a vara que se transformava em serpente e a mão leprosa, mas, mesmo assim Moisés recua e recusa a chamada. As lições desse contexto são maravilhosas: Deus vê a opressão do Seu povo; vê a maldade do opressor; ouve as orações e o clamor de seu povo por liberdade; conhece o sofrimento de Seu povo; faz promessas.
Dentre todas as lições que podemos tirar desse contexto, destacamos aqui: a vocação divina. Moisés não estava diante de um recrutador profissional de RH fazendo uma entrevista. O que estava em jogo não eram valores monetários, mas vidas, sonhos e a própria história do povo de Deus.
Deus não estava perguntando as habilidades de Moisés e nem queria ouvir as desculpas dele, pois, Ele em sua soberania, já sabia. Deus queria mostrar a Moisés que ele seria capacitado pelo Senhor para realizar a obra da libertação do povo do Egito, pois aquele não era o local que Deus desejava que Seu povo criasse raízes. Ele tinha outros planos, outras promessas.
Moisés se desculpou e se esquivou do chamado de Deus dizendo que era gago, insignificante, não possuía credibilidade diante do povo, ainda era jovem e sentiria solidão. As mesmas desculpas nós usamos hoje para não divulgarmos as boas novas do evangelho. Parece que não nos preocupamos com as pessoas que padecem, sofrem e são escravizadas – estas carecem da liberdade promovida pelo Senhor.
Diante do chamado de Deus para a proclamação da liberdade, que só o Senhor pode promover, não podemos simplesmente apresentar uma lista de desculpas e medos, contudo, uma vida consagrada, uma mente obediente e um coração dócil à voz do Senhor.
Deus elimina as nossas desculpas com Seu poder Eterno. Deus faz promessas grandiosas, quando chama e vocaciona alguém. Diante do medo, da insignificância e da solidão de Moisés, Deus diz: “Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei” (Ex 3:12). Diante da falta de credibilidade e intimidade com o Senhor, Deus diz: “EU SOU me enviou a vós outros” (Ex3:14) Diante da gagueira e da falta de eloquência, Deus diz: “Quem fez a boca do homem não sou eu, o Senhor?” (Ex 4:11). Deus elimina todas as desculpas de Moisés e ensina que vocação é coisa de Deus: milagre.
Quando Deus chama, seguramente Ele capacita e quebra todas as barreiras. Portanto, precisamos gastar mais tempo na vocação que Deus nos deu do que na lista de desculpas. Assim como Moisés, precisamos eliminar os medos e a insegurança. Enquanto listamos nossas desculpas, pessoas permanecem aprisionadas. Participe desse movimento: chega de desculpas! A seara é grande e poucos são os ceifeiros, porque desperdiçam tempo em fugas e não investem seus esforços e energias no que sabem fazer bem, isto é, para aquilo que Deus os vocacionou. Ouça a voz de Deus. Ele está te chamando.
- Jeferson Rodolfo Cristianini é pastor batista voltado para o ministério com juventude.
augusto cezar silva furtado
o homem natural nao entende as coisas do Espirito se Deus nao estiver no controle se torna dificil.