Ser pai ou mãe não é fácil. Se pararmos para pensar, pai e mãe são “profissionais” com carga horária integral e quase exclusiva, que não recebem salários e não possuem quaisquer perspectivas de retorno das aplicações investidas (tempo, dinheiro e cabelos). E para dificultar ainda mais as coisas, filho algum vem com manual de instrução – a cada parto, uma novidade diferente; a cada geração, um choque cultural.

Quando somos crianças, veneramos os adultos, pois são os nossos líderes naturais: a eles devemos obediência e deles dependemos. Pai e mãe são os adultos responsáveis pela educação e segurança de seus filhos e, portanto, são as pessoas que dão as primeiras lições de convivência e cidadania às crianças. E pai e mãe falham… são seres humanos passíveis de erros e acertos, de escolhas e desencontros.

Na adolescência, experimentamos pequenas doses de liberdade… algumas nem sempre agradáveis: nossos pais deixam de ser protetores em tempo integral e passam a exigir de seus teens posturas mais responsáveis. Nesse momento da vida, o adolescente passa por uma crise interior mais complexa e tempestuosa do que o conflito entre judeus e palestinos no Oriente Médio. Você ouvirá de sua mãe:

– Arrume sua cama! Você tem quinze anos!

Você arrumará a cama e, logo em seguida, com muito decoro e simpatia, perguntará para sua querida mãezinha se existe algum problema em ir à festa do Cachorrão – aquele seu amigo mais velho que se gaba por ter repetido o primeiro ano do ensino médio três vezes – e se haveria algum problema retornar “cedo” – isto é, lá pelo nascer do sol. Nesse momento, você certamente ouvirá:

– Claro que não! Você tem quinze anos!

É duro, né? Ser criança para algumas coisas e adulto para outras dá uma canseira… São ossos do ofício! Mas se pudermos fazer um raio-x psicológico desses conflitos, veríamos que cada um nessa história está desempenhando muito bem o seu papel e que esse tipo de circunstância é natural e até mesmo saudável.

Os pais têm a “função” de impor limites para, com isso, garantir o bem estar e a segurança aos seus filhos. O grau de rigidez desses pais, claro, estará de acordo com sua filosofia educacional e formação ideológica; sua educação, religião e cultura – por isso, às vezes você poderá se ver impedido de fazer coisas que seus amigos fazem, afinal nem todo mundo pensa da mesma forma (e graças a Deus por isso!).

O adolescente, por sua vez, será “obrigado” a viver de acordo com as regras impostas pelos pais. Ele certamente testará esses limites em algum momento, pois inconscientemente desejará saber se são seguros; e assim acontecem os chamados “conflitos de interesse”. Para que esses conflitos sejam diminutos (ou seja, breves) e menos dolorosos, é parte do papel dos pais explicar o motivo de suas decisões. Dizer “não” e ir embora pode ser frustrante e, às vezes, revoltante para o adolescente, pois passa uma sensação de insegurança e injustiça.

– É claro que você não pode ir para a festa do Cachorrão. Ele é muito mais velho do que você, tem amigos mais velhos com hábitos que estão além dos seus, pois você só tem quinze anos. Outras festas certamente acontecerão e poderemos analisar juntos quais delas você poderá ou não participar.

Nesse momento, o adolescente também tem uma obrigação: evitar uma cena de tragédia grega! Dançar na sala, esfregar a cara na parede, se debulhar em lágrima no travesseiro, ameaçar se atirar da janela do primeiro andar sobre um pilha de colchões que estão secando ao sol, ficar emburrado ou xingar a mãe de bruxa não vai adiantar absolutamente NADA. Se você acredita que está com a razão e que seus pais estão errados (isto pode sim acontecer), vale a pena argumentar com calma:

– Mãe, o Cachorrão tem esse nome, mas não é esse pitbull que a senhora pensa que ele é… tá mais pra “totó da titia”. Todos os meus amigos irão, pois na verdade NÓS somos os amigos “mais velhos” dele… Pô, o cara ainda canta “parabéns pra você nessa data querida”, com direito a bolo, chapeuzinho de papel e tudo o mais…

Caso a resposta seja negativa e seus argumentos não tragam o resultado esperado, é melhor recolher o “trem de pouso”, “colocar a viola no saco” e se conformar, pois isso, no fim das contas, contará ponto para você. Ao concordar com seus pais, você ganhará a confiança deles e isso fará com que te escutem em outras ocasiões. É difícil, mas vale a pena tentar. E uma vez que você conquistar essa confiança, não pise na bola, pois confiança de pai e mãe é algo valiosíssimo.

– Tá bom, eu deixo você ir à festa do Cachorrão. Mas quero que você me ligue às oito para dizer se está tudo bem e volte no máximo às onze horas da noite. Entendido?

Ponto pra você! Agora não ultrapasse os limites impostos: se eles mandarem voltar às onze horas da noite, chegue antes do horário combinado. Certamente sua mãe estará te esperando no sofá da sala com um bafômetro na mão, pois te ama muito e se preocupa com você. Acredite em mim: quando você estiver mais velho, sentirá muita falta dessa proteção que hoje chama de “incompreensão”.

Para terminar esse artigo, deixo aqui um texto de uma campanha que vi na Internet e que achei muito linda e verdadeira:

3 anos: mãe eu te amo
11 anos: mãe não me enche
16 anos: minha mãe é tão chata
18 anos: eu quero sair de casa
25 anos: mãe você tinha razão
30 anos: quero voltar para casa da minha mãe
50 anos: eu não quero perder a minha mãe
70 anos: eu abriria mão de qualquer coisa para ter minha mãe aqui comigo
CAMPANHA: dê valor a sua mãe

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João Pedro Roriz é escritor, jornalista e ator. Autor de diversos livros infanto-juvenis e paradidáticos, realiza palestras em todo o país para estudantes e professores.

  1. tenho 12 anos e não aguento minha mãe eu demoro 1 minuto pra acha uma coisa e ela fala q demorei 2 horas e tudo q eu falo ela diz o contrario ela fala pra mim botar as musicas dela no meu celular musicas de 1900 e bolinha

  2. Assim eu tenho 15 anos mais meus pais mim tranta com se eu tivesse 5anos:não posso sair com amigos(a)
    Nao posso treinar karahte(amo)nao posso ir ao curso de ingles minha mae praticamente mim proibe de fazer tudoca em Moçambique tenho meus amigos(a)tenho tudo aque mais minha mae nao intende isso quer que eu va morrar pa angola/africa de sul…eu sou muito fechada para minha mae mais muito aberta com aminha irma mais velha pk ela mim intendo …eu to namorando um minino de 18 anos contei pra minha irma e ela mim disse o que devo fazer e o que nao devo quando minha mae mim pergunta se namoro eu digo que nao…nao pk eu nao quero que ela saiba mais sim por medo…se lhe pesso pa sair com amigos ela nega se eu saio 100 permisao é fatal de respeito que nao lhe despeso e tudo mais minha mae pensa que ainda sou aquela bebe mais ja nao sou e eu quero liberdade coisa que eu nao tenho nao quero mim sentir presa assim…minha mae nao mim intend

  3. TENHO 11 ANOS E MEUS PAIS SÃO UM PÉ NO SACO,SO´DÃO ATENÇÃO PRO MEU IRMÃO TEM VEZES QUE EU NERM POSSO IR JOGAR O LIXO SÓ POSSO SAIR SE FOR COM MINHA TIA E ELES QUASE NÃO DEIXAMVIVEM OLHANDO MEU CELULAR ,NÃO POSSO CONVERSAR COM NINGUEM NA ESCOLA ,VIVEM DIZENDO QUE SOU MUITO GORDA ,MAS NEM EXERCICIOS POSSO FAZER DIREITO,TORÇO PRA SAIR DE CASA COM PELO MENOS 16 ANOS SERIO ODEIO MINHA VIDA

  4. Hellen Priscila Paz da Silva

    Tenho 16 anos e as vezes parece que meus pais não entendem
    Meu pai acha que pode entrar no meu quarto a hora que ele quiser( oque me deixa mto desconfortável pq eu posso está trocando de roupa) A escola cobra muito de mim desde que cheguei no ensino médio e meus pais não entendem que eu ainda estou me organizando, por eu me sentir sobrecarregada fico muito cansada e quando não tem aula eu quero dormir até mais tarde pra descansar e meu pai simplesmente entra no meu quarto gritando falando pra eu acordar pq ja passou da hora( mesmo não tendo aula no dia) e ainda fala que isso é ” disciplina” um dia eu estava com raiva e eu falei pra mim mesma” que raiva” e minha mãe disse que daria motivo pra eu ficar com raiva com a chinela
    Meu pai ele foi grosso comigo e depois agiu como se nada tivesse acontecido e das vezes que eu tentei falar com meus pais sobre o que eles fazem que me deixam chaetada eles sempre procuram um motivo pra justificar aquilo
    As veses eu acumulo tanta coisa só pra mim que eu surto e explodo
    E eles não entendem que não é por que eu quero mas sim pq eu não aguento mais uma carga e aí eu acabo surtando
    Eles dizem que eles me entendem mas quando eu falo com eles a última coisa que eles fazem é entender meus problemas
    Então se for para eles ficarem me chamando de ingrata prefiro que nek fiquem sabendo dos meus problemas.

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