Oi pessoal,

O blog Ultimato Jovem está de volta a pleno vapor. Esta semana vamos publicar aqui os textos prometidos na edição de janeiro/fevereiro da revista Ultimato, na seção Altos Papos. Se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo…que tal se tornar um assinante? (Confira o preço super especial da assinatura jovem).

Começamos pelo texto do nosso sempre colaborador Magrão.

Boa leitura!


Lembro-me da primeira vez que me encontrei com o mar. Seus tons de azul causaram em mim uma sensação de liberdade e paz que nunca havia experimentado. Sua imensidão despertou no menino que eu era um desejo imenso de explorar, conhecer e morar naquele mar.

Há anos sou apaixonado pelas ondas! Como bom morador de litoral, surfei pela primeira vez aos 10 anos. Foi algo inexplicável, só experimentando para saber a real sensação.

Liberdade, adrenalina, prazer. Ao surfar experimentei a conexão do homem com a natureza. Porém, assim como todo surfista, eu sonhava com a onda perfeita. Um apaixonado às vezes passa uma vida toda correndo atrás dessa onda. Ele viaja em busca dos melhores picos, gasta dinheiro, investe tempo e muitas pranchas antes de encontrar a tal onda.

Recordo-me bem do dia em que encontrei a grande onda. Sou fruto do ministério dos Surfistas de Cristo e me lembro a primeira vez em que fui a uma reunião. Eu tinha um “brother” inseparável que tinha encontrado algo diferente e vivia me convidando para uma tal reunião da galera do surfe. Depois de muito insistência, acabei aceitando o convite, mas sem muitas expectativas.

Botei uma bermuda, um chinelo e apenas meio sorriso. Quando cheguei, fiquei um pouco “bolado”, mas logo começou a tocar um som maneiro. Depois chamaram o pregador, ou melhor, “o cara que ia trocar uma ideia com a galera”.

Ele pegou o microfone, se apresentou e começou a falar sobre Cristo, sobre a vida, indecisões e dúvidas. Em certo momento, foi como se estivesse sozinho naquele lugar. Parece que as coisas começaram a fazer sentido, mas eu não entendi o que estava acontecendo. No final, ele fez um apelo e eu aceitei. O clichê “a vida sem Cristo é o mesmo que um mar sem onda” é a mais pura verdade e faz todo sentido para a galera do surfe.

Essa missão não existe apenas pra galera surfar e se divertir, mas também porque nós, surfistas, somos uma tribo, temos um jeito próprio de nos comunicarmos, uma linguagem própria e sonhos em comum que podem parecer loucura para outra tribo. Os Surfistas de Cristo trouxeram Cristo para a areia, para a praia, habitat favorito dessa galera. Eles colocaram Cristo sentado ao nosso lado falando de mar, de vento, de ondulação e, enfim, de vida eterna.

Os Surfistas de Cristo tiveram seu início na década de 70, na Austrália. Na década de 80, o Christian Surfer International (CSI) já surfava sua primeira onda no Brasil. Hoje existem trabalhos em todo litoral e essa galera de bermudões coloridos, cabelos parafinados e uma linguagem cheia de atitude tem sido transformada pelo evangelho e pelo testemunho de outros surfistas.

Já se passaram vinte anos desde aquela reunião, mas foi um dia inesquecível, pois a busca tinha acabado. Tive um encontro com a onda perfeita! Muita coisa mudou nesses anos. Eu mudei, mas muitos ainda continuam correndo atrás da grande onda.

Não importa a sua tribo, o seu estilo ou o som que você curte. O Criador das ondas fala a sua língua. Atualmente, mesmo morando no interior de Minas Gerais e longe do azul, do cheiro e do som do mar, a onda perfeita está aqui.

Boas ondas.

Jeverton “Magrão” Ledo é autor de “Minha Escolha Profissional — o que Deus tem a ver com isso?” (Editora Vida). jeverton.ledo@gmail.com

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