UltJovem_11_06_14_Onda

Por Calebe Ribeiro

A onda e o mar viviam sempre juntos
Havia um profundo equilíbrio entre os dois
Uma serena paz, um oceano de amor
A onda amava o mar e o mar amava a onda

Eles viviam juntos, não se separavam
O mar embalava a onda
E a onda o mar balançava
O mar amava a onda e a onda amava o mar

Um dia o mar conheceu a ventania
Apaixonou-se perdidamente
Já não havia espaço para a onda
O mar deixou a onda

A onda revolveu-se em busca do seu amado
Lutou bravamente
Mas a ventania lançou-a contra as pedras
A onda foi deixada à beira-mar

Onda triste em pedra dura, bate, fura e esmigalha
E as migalhas lembram o amor perdido
Separada do seu amado
Achou abrigo nos braços abertos da areia

Gaivotas em terra, tempestade em alto mar
O mar não estava para amores
Se escondeu nas profundezas do seu ser
Lá onde não há luz, nenhuma sequer

A onda por vezes insiste em encontrá-lo,
Mas acaba sempre morrendo na praia
O mar por vezes tenta avistá-la,
Mas quando ascende acaba sempre lançando-a mais pra frente

O vento, marido traído da ventania,
Tratou de contar a história pelos quatro cantos da terra
Fez isso de forma poética
Espalhou o sussurro da onda: “AhMar”

A ventania controla o mar
A força do mar está sob o seu controle
Alguns pensam que o mar é bravo
Quando na verdade é apenas um mar revolto

Às vezes, a onda e o mar silenciosamente se encontram
Nesses dias ninguém vê a onda na praia
Mas logo que a ventania percebe, o tempo se fecha
é como dizem por aí: “A bonança sempre antecede a tempestade”.

 

• Calebe Ribeiro é um dos pastores de jovens da Igreja Presbiteriana do Recreio, no Rio de Janeiro (RJ). É também missionário da Missão Jovens da Verdade.

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