Posts tagged Vida Cristã

Ideologia liberal e promiscuidade sexual: Cúmplices?

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Poucos discordariam de que a moralidade sexual evangélica encontra-se em uma grande crise. E não apenas uma crise de coerência, uma crise de práticas, mas uma crise de princípios. Nos púlpitos (ou na grande maioria deles) a moralidade Cristã tradicional continua encontrando suporte: sexo exclusivamente heterossexual, rejeição da pornografia, namoro sem sexo, casamento como pacto moral, monogamia, etc.

Mas no meio do povo a regra já é outra há tempos. Sim, alguns dirão que sempre foi outra. É certo que o ‘puritanismo’ evangélico oficial sempre foi manco na prática, e na verdade isso se aplicaria à história inteira do cristianismo; mas não é disso que estamos falando, da evidente incoerência dos Cristãos em manter seus próprios padrões sexuais. O que vemos hoje é um pouco diferente: a moralidade sexual Cristã clássica deixou de ser difícil, para se tornar implausível. (mais…)

A Regra da Fé

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Em um mundo no qual o mote “viver sem regras” vende filmes, livros de auto ajuda e produtos de alta tecnologia, a ideia de uma “regra de fé” não soa muito bem. Até mesmo em contextos religiosos o discurso sobre uma espiritualidade “sem regras” dá uma sensação de liberdade, de frescor, de algo orgânico e vital.

Mas a vida tem regras; está cheia delas. De leis matemáticas à legislação de trânsito, da biologia humana, que insiste em seguir as mesmas leis sem nenhum interesse especial pelos anseios libertários da cultura hipermoderna à linguagem de programação oculta por trás de uma tela retina de alta tecnologia na qual até uma criança escreve com o dedo. Alguns desses processos são bem mecânicos e intencionais; outros são orgânicos e automáticos; mas as regras estão lá, e não podem ser ignoradas sem que os processos que dela dependem sejam destruídos. E no campo da fé não é diferente. (mais…)

O Triplo Conhecimento

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“Qual é o seu único consolo, na vida e na morte?”

O meu único consolo é meu fiel Salvador Jesus Cristo […].

“O que você deve saber para viver e morrer neste consolo?”

Primeiro: como são grandes os meus pecados e a minha miséria

Segundo: como sou salvo de meus pecados e de minha miséria

Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação.

Muitos “Saberes”

A segunda pergunta do catecismo de Heidelberg é uma pergunta sobre o que se deve saber.

Há no mundo da experiência humana uma variedade de tipos de conhecimento, e não devemos confundi-los. É um erro fundamentalista recorrente a sugestão de que o conhecimento religioso é o único conhecimento certo, desqualificando outras formas de saber, como o senso comum e a ciência. E é um erro grave, também, tentar formatar todos os saberes em termos cientificistas, como muitos já tentaram no século passado e continuam tentando hoje.

Em termos mais simples: eu erro se tento colocar o conhecimento da minha esposa na mesma categoria do conhecimento de objetos físicos ou do conhecimento do teorema de Pitágoras. Considere, por exemplo, um buraco na areia. Se eu lhe disser que há uma antiga e rara moeda de ouro lá dentro (e houver!) você enfiará a mão com entusiasmo. Mas não terá tanto entusiasmo se descobrir que lá há uma cobra muito rara; ou ao menos, não enfiará a mão ali. Porque a natureza do objeto altera o modo de aproximação. (mais…)

O Chão que me Sustenta

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“- Qual é o seu único conforto, na vida e na morte?”

“- O meu único conforto é meu fiel Salvador Jesus Cristo.”

Com estas palavras abre-se o catecismo de Heidelberg, que em janeiro completou 450 anos e é reconhecidamente um dos mais importantes símbolos confessionais do protestantismo. Não apenas seu caráter Cristocêntrico, como também seu profundo sentido espiritual revelam-se ao longo de todo o primeiro artigo:

“- A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte, e não pertenço a mim mesmo. Com seu precioso sangue Ele pagou por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo. Agora Ele me protege de tal maneira que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo. Além disto, tudo coopera para o meu bem. Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração.”

Captura a minha atenção, nesse primeiro artigo do catecismo, a conexão imediata entre a doutrina e a existência. O texto não fala de algo abstrato, puramente teológico, mas de algo dramático, duma questão de vida e morte. O que pode ser tão amplo que abarque a vida e também a morte? E não apenas amplo mas também urgente, já que a vida está o tempo inteiro à beira da morte? (mais…)

Extra Nos (“fora de nós”)

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Em “Surpreendido pela Alegria”, C.S. Lewis apresenta sua longa jornada em direção à fé no que poderíamos descrever como um trabalho divino de extração – “Fui, como dizem, ‘arrancado de dentro de mim mesmo'”, segundo as suas palavras. As experiências com a “alegria”, que tiravam o seu sossego e o forçavam a olhar para além de si mesmo, seriam nada menos que o insistente chamado divino. Lewis precisou até mesmo de uma conversão intelectual para finalmente olhar para fora de sua alma (mais…)

Como ser você mesmo – Parte 2

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De que modo nossa identidade se relaciona com o que fazemos? Essa pergunta foi introduzida no artigo anterior sobre identidade, e aqui vamos avançar em nossa reflexão, mas dessa vez mergulhando um pouquinho mais no texto bíblico. Vamos retomar a questão da relação entre o Ser e o Agir, sob os termos “graça” e “obras”, focalizando Gênesis 1-2 e Romanos 12.

Como mencionamos no artigo anterior, a identidade humana é inseparável da relação do homem com Deus. O homem é mesmo definido por essa relação, de modo que toda reflexão sobre a identidade humana atingirá um núcleo fundamentalmente teológico. Mas atenção: é fácil se confundir aqui. Muitas pessoas concordarão que, naturalmente, isso é assim para os cristãos; eles buscarão representar o homem a partir de sua concepção teológica, que é vista então com um “acréscimo edificante” a um saber que por natureza é neutro e fundado na antropologia científica ou filosófica. Mas não é disso é falamos; (mais…)

Como ser você mesmo – parte 1

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“Seja você mesmo” é quase um mantra que cada um de nós ouvirá nas mais diversas situações, do púlpito ao consultório, passando pela cultura pop: “Just do it cause you want it; not because you saw it!” é o que diz a letra da banda Curitibana Copacabana Club, sumarizando a “lógica” libertária – ou o seu lado “doce”. Mas ser o que quiser quando quiser tem o seu lado amargo: a ansiedade infinita de não se definir, de fragmentar-se e perder a forma, a concretude. (mais…)

O Amante, o Amado e o Amor: Deus, segundo o Cristianismo

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No âmago do cristianismo está o conhecimento de Deus. No âmago do cristianismo está o anúncio de que Deus veio até nós, e está conosco. É assim que a igreja primitiva compreendeu a revelação de Jesus Cristo, conforme a antiga profecia de Isaías:

Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. (Is 7.14)

Emanuel, “Deus conosco”. O Deus Cristão é outro, ou no mínimo mais do que o deus dos filósofos, por dar a si mesmo na revelação. Pois a revelação bíblica não é a revelação de uma determinada quantidade de informações, ou mesmo de informações a respeito de Deus, mas é a revelação de Deus, dele próprio em sua concretude e factualidade, como um supremo Sujeito e um supremo Objeto (não além da relação sujeito-objeto, como o quer Tillich) que se apresenta ao homem e que é um fato final, incontornável, inabsorvível para o pensamento teórico. Inabsorvível para a ciência e a filosofia, mas nem por isso sem significado (como se fosse o fato-bruto-sem-significado dos teólogos Kantianos) mas um fato que é ao mesmo tempo cheio de significado em si mesmo, e que por isso comunica veracidade ao discurso humano; um fato que não é completamente inefável, ainda que não seja completamente dizível.

Como é esse Deus Cristão? Quem é ele? (mais…)

Escola de Teologia e Espiritualidade do L’Abri Brasil – 2012

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Caros leitores,

Para aqueles interessados em aprofundar seu conhecimento teológico, a Escola de Teologia e Vida Cristã do L’Abri está com inscrições abertas para os cursos de TEOLOGIA e APOLOGÉTICA. E vamos ter também um programa de estudos à distância (pela internet). Para mais informações, siga para o Blog do L’Abri! (mais…)

Mensagem de Natal para descrentes

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Mensagem de boa vontade aos crentes de outras religiões, aos ateus e aos secularistas em geral:

Por favor, ceda à tentação desta vez. Celebre o Natal também (sem solstícios ou outras piadas, por favor). Não imponha a você mesmo essa penitência negacionista de fim-de-ano…

“Celebrar o quê? O Cristianismo só trouxe opressão para o mundo!”

Sim, o cristianismo não é inocente. Não me esqueci das cruzadas, de Servetus, do genocídio indígena pelos colonizadores “cristãos”, da perseguição dos hereges, das guerras da religião na Europa, da pedofilia dos padres, do Edir Macedo, dos beliscões e tapas da sua mãe carola, etc… (mais…)

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