Sobre as intoxicações políticas, e por que sou oposição

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“Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério. Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” – Hebreus 13.13-14

 

Votei em Marina no primeiro turno; como os amigos Igor Miguel, Sandro Baggio e outros, penso que ela era a única com um plano de governo inovador e com capacidade política para vencer a Dilma no segundo turno. E no segundo acompanhei Marina no apoio a Aécio; fui derrotado duas vezes. Que assim seja!

Convido agora meus amigos oposicionistas a honrar a democracia orando pelos novos governantes e cooperando em tudo o que for compatível com a “Shalom” divina. E meus amigos situacionistas a não se embebedarem com a vitória; pois a vitória para nós, Cristãos, está além das forças históricas. Ainda assim, precisamos julgá-las, e precisamos julgar a nossa própria relação com elas. (mais…)

O Peso Total das Nossas Convicções: O Ponto do Pluralismo Kuyperiano

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[Com autorização do companheiro Daniel Dliver, republico sua tradução de um artigo jóia de Jonathan Chaplin, sobre o tema do pluralismo. É esse o tipo de perspectiva subjacente ao que escrevi anteriormente neste blog sobre pluralismo (veja AQUI).]

 

A visão de Kuyper pode ser uma inspiração para os cristãos que hoje enfrentam a dupla ameaça do capitalismo explorador e do estatismo arrogante — ambas as forças profundamente secularizantes.

Por Jonathan Chaplin, 1 de novembro de 2013, Comment Magazine

 

Paridade, não privilégio. Dificilmente um slogan acrobático de campanha eleitoral, mas, em poucas palavras, o objetivo estratégico da visão do “pluralismo” de Abraham Kuyper. Os cristãos não devem buscar uma posição de privilégio político ou legal nas praças públicas de suas nações religiosa e culturalmente diversas, mas uma posição de paridade. O objetivo é desfrutar de direitos iguais ao lado de outras “comunidades confessionais” dentro de uma democracia constitucional marcada pela ampla liberdade de expressão, justa representação, e uma diversidade de vozes. Assim, no auge da luta do século XIX holandês por igualdade de tratamento para as escolas cristãs, Kuyper afirmou que “o nosso objetivo incessante deve ser a exigência de justiça para todos, justiça para cada expressão de vida.” (mais…)

“O Corpo é meu, faço o que quiser com ele”. Será?

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Há algum tempo escrevi sobre os problemas da ideologia liberal e sua relação com a promiscuidade sexual contemporânea, e mais recentemente dei uma breve entrevista sobre o tema ao Jonathan Silveira, do ministério Tu Porém (Veja no vídeo ao final do post). Mas logo depois disso, por pura coincidência, saíram os resultados de uma pesquisa do IPEA sobre estupro (e patriarcalismo) causando comoção geral, e o tal argumento liberal “se o corpo é meu, faço o que quiser com ele” foi invocado na mídia como fundamento para o combate à violência sexual. Então decidi reviver o assunto por aqui.

Sou perfeitamente contrário à violência sexual, mas esse argumento simplesmente não funciona. Na verdade penso que ele não apenas é irracional, mas alimenta indiretamente os problemas que deseja evitar.

Faço apenas um reparo à entrevista: a pergunta do Jonathan foi sobre o movimento LGBT, mas se aplica mais exatamente ao fundo liberal da vanguarda feminista contemporânea. Às vezes se ouve esse argumento em contextos LGBT, mas ele pertence mais propriamente a todo o movimento de liberação sexual moderno e principalmente ao feminismo. É empregado, por exemplo, para justificar o aborto, a legalização da prostituição, e para atacar a instituição do casamento monogâmico.

De todo modo, eu não fui o único a perceber que o emprego desse argumento como fundamento para a crítica à cultura masculina do desrespeito e, indiretamente, do estupro, é ideológico e moralista. É claro que uma campanha individualista e libertária sobre os direitos do indivíduo sobre o seu corpo não mudará criminosos e não protegerá as mulheres. Isso faz tanto sentido, como observou jocosamente o amigo Vitor Grando, quanto uma campanha de conscientização pública pelo direito de andar nas ruas com jóias e iphones expostos sem medo. Para quê o argumento serve, então? Para plausibilizar o próprio liberalismo moral culpando o conservadorismo moral. É um jogo ideológico.

Se o reforço do liberalismo moral reduzisse os impulsos basais dos estupradores já deveríamos ter a essa altura um ambiente de profundo respeito sexual na sociedade brasileira; mas aparentemente esse respeito é inversamente proporcional ao domínio cultural do liberalismo moral. Isso acontece, no meu entendimento, porque o liberalismo moral é irracional.

Enfim, o que se precisa no mundo do hiperconsumo, da atomização da vivência humana e da venalização do sexo – o rabo preso que o liberalismo moral tem com o estupro –  é de uma educação para a virtude, coisa que o feminismo e o liberalismo moral temem tanto quanto a morte.

Para mais detalhes, veja também o artigo abaixo. Para quem quiser saber mais: os três argumentos tem um pouco de ética da virtude, de Kant, de Charles Taylor e de Scruton. E, claro, de um sujeito chamado Paulo de Tarso.

IDEOLOGIA LIBERAL E PROMISCUIDADE SEXUAL: CÚMPLICES?

 

Tempo e Felicidade: contra o presentismo ateu de André Comte-Sponville

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O artigo abaixo é o texto da palestra apresentada na Fnac-BH na noite de 22 de Janeiro deste ano; prometi à audiência e aos amigos de L’Abri que disponibilizaria o texto inteiro; daí o formato “paper”; mas, enfim, sendo caridoso comigo mesmo, meu blog sempre teve um formato muito pessoal. Bom proveito!

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Segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky, “a felicidade é o valor central, o grande ideal celebrado sem tréguas pela civilização consumista” [1]. É certo que se trata de um grande tema contemporâneo: temos filmes, livros de autoajuda, programas de TV, teorias administrativas, projetos partidários e até políticas publicas destinadas a aumentar a felicidade geral. Há toda uma esfera da sociedade contemporânea, descrita pela socióloga Eva Illouz como o “campo afetivo”, interessada na criação e manutenção do bem estar; e dentro dela temos até mesmo uma “ciência da felicidade”, promovida pelo movimento da “psicologia positiva”. (mais…)

O TEMPO E A ESPIRITUALIDADE: nova série na Igreja Esperança

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O TEMPO E A ESPIRITUALIDADE: Jornada Devocional 2013 na Igreja Esperança

Durante os meses de Novembro e Dezembro vamos realizar uma jornada de reflexão e de exercícios espirituais na Igreja Esperança. O tema da nossa jornada será O TEMPO E A ESPIRITUALIDADE. Vamos explorar como o Cristão deve compreender e se relacionar com o tempo, e como as nossas práticas devocionais podem nos orientar no uso do tempo que o Senhor nos concedeu. Serão sete domingos, tematizando o momento presente, o dia, o domingo, o ano, a história, o futuro e a eternidade:

1. 17/11: A GRAÇA E O MOMENTO PRESENTE
2. 24/11: A DEVOÇÃO DIÁRIA
3. 01/12: GUARDANDO O DIA DO SENHOR
4. 08/12: A PÁSCOA E O ANO CRISTÃO
5. 15/12: CRISTO, A HISTÓRIA E A MINHA HISTÓRIA
6. 22/12: A ESPERANÇA E O TEMPO FUTURO
7. 29/12: ENTRE O TEMPO E A ETERNIDADE

A série será ministrada no salão da Igreja Esperança aos domingos, às 10h e às 18h.

Endereço: Avenida Pedro II 2744, sobreloja.

Não venha apenas para ouvir; aproveita para buscar ao Senhor e se preparar para o próximo ano. Permita que o Senhor trabalhe em você nesses dias. Se o Senhor permitir, será um tempo muito edificante!

Pr. Guilherme

Ideologia liberal e promiscuidade sexual: Cúmplices?

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Poucos discordariam de que a moralidade sexual evangélica encontra-se em uma grande crise. E não apenas uma crise de coerência, uma crise de práticas, mas uma crise de princípios. Nos púlpitos (ou na grande maioria deles) a moralidade Cristã tradicional continua encontrando suporte: sexo exclusivamente heterossexual, rejeição da pornografia, namoro sem sexo, casamento como pacto moral, monogamia, etc.

Mas no meio do povo a regra já é outra há tempos. Sim, alguns dirão que sempre foi outra. É certo que o ‘puritanismo’ evangélico oficial sempre foi manco na prática, e na verdade isso se aplicaria à história inteira do cristianismo; mas não é disso que estamos falando, da evidente incoerência dos Cristãos em manter seus próprios padrões sexuais. O que vemos hoje é um pouco diferente: a moralidade sexual Cristã clássica deixou de ser difícil, para se tornar implausível. (mais…)

Resposta aos Críticos do Projeto Teste da Fé Brasil

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O lançamento recente do “Teste da Fé” gerou discussões acaloradas, e perguntas foram feitas sobre a nossa identidade teológica. Há muito o que dizer, e não há como resolver isso em um único post. Então decidi organizar os questionamentos em perguntas principais, e vamos começar respondendo a 10 perguntas básicas:

 

(1) Qual é o propósito do “Teste da Fé Brasil”?

Antes de tudo, reabrir a conversação sobre a relação entre ciência moderna e fé evangélica.

O campo evangélico Brasileiro apresenta uma atitude ambígua em relação à ciência, e em geral não apresenta a estima e a valorização da vida intelectual e da vida científica que caracterizam o protestantismo clássico. No seu extremo mais fundamentalista, tendemos a combinar uma leitura Bíblica questionável com um uso seletivo e pragmático da evidência científica, sem reconhecer o campo científico como um campo legítimo e sem ver a ciência como uma vocação legítima para o Cristão.

Por outro lado, no extremo mais “modernista” do movimento evangélico, onde ele se aproxima do que grosso modo se chama às vezes de “liberalismo teológico”, vê-se a tendência de revisar a fé evangélica sistematicamente, em termos de ideologias e cosmovisões seculares que pululam a academia moderna, apelando-se ao avanço da ciência moderna como prova de que a doutrina e as formas confessionais clássicas da Fé Cristã estariam ultrapassadas.

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Cristianismo e Secularismo: o que fazer quando o diálogo “acaba”?

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O que fazemos quando o diálogo com o secularismo aparentemente acaba (ou, ao menos, se esgota temporariamente)?

Certamente há limites para o diálogo. Andei pensando nisso diante dos debates atuais sobre o “estado laico”. Há muito fundamentalismo religioso para o qual “pluralismo” é um palavrão. Mas de modo geral o campo religioso brasileiro me parece extremamente plural e tolerante com a divergência. A sensação que muitos cristãos tem e expressam em conversas privadas (ou as não tão privadas assim na internet) é a de que a militância secularista é o fenômeno religioso mais agressivo dos últimos tempos (veja um exemplo interessante AQUI). O clima mudou, definitivamente.

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Extroversão Espiritual: o caminho para a realidade na vida cristã

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Segue o link para a mensagem pregada na Comunidade 242 no dia 07 de Julho!

extroversao_espiritual.mp3.

Manifestações: sempre fomos plurais, ainda não somos pluralistas

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O “Outono Brasileiro” revelou a imensa pluralidade de ideias e preocupações do povo brasileiro. Não que essa pluralidade não fosse conhecida; é que ver o arco-íris é sempre mais do que apenas saber que ele às vezes acontece ou mesmo que está acontecendo em algum lugar.

Vimos o arco-íris e de repente nos lembramos de que somos muito, muito diferentes. Retomando algo que já disse em outro post: o movimento começou com setores de esquerda atualmente fora do poder, que funcionaram como catalisadores, como o estopim. Então veio a enxurrada de gente, cada um com seu cartaz. (mais…)

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