Guilherme de Carvalho

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Posts by Guilherme de Carvalho

Manifestações: a nova cidadania em rede

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A surpresa dos primeiros dias de manifestação não impediu a proliferação de palpites e experimentos analíticos por sociólogos, jornalistas, economistas, e observadores menos profissionais que se proliferam na vasta blogosfera e nas redes sociais. Não apenas todo mundo queria participar; todo mundo queria tweetar, ver, compartilhar, ouvir e opinar também.

E esse movimento não vai parar tão cedo. Há muito o que fazer para interpretar o fenômeno; e precisamos nos esforçar para interpretá-lo se quisermos responder a ele de forma inteligente – e tanto faz se você é um oponente ou um participante; o fato é que junho de 2013 e a maior manifestação popular da história do Brasil não podem ser ignorados.

O que está acontecendo, e porque está acontecendo desse jeito? Nesse post não vamos nos debruçar sobre todas as questões mais amplas da conjuntura política e até mesmo sobre o sentido das últimas respostas pelo governo e o congresso, mas sobre o tipo de reação política que acabamos de testemunhar. O que é isso, afinal? Uma convulsão, uma catarse social ou algo mais? (mais…)

A baderna de Deus e a baderna dos homens

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No princípio foi disso que a chamaram: “baderna!” Foi assim que a “imprensa vendida” descreveu o movimento. Mas enquanto ela subestimava o povo um sopro de expectativas varreu as redes sociais, insuflando chamas de esperança em alguns, causando arrepios de indignação e desprezo entre outros. Conservadores só viam a baderna e as bandeiras do PSOL, do PSTU e do PCO; a juventude à esquerda viu um futuro, um sentido, um sinal de que estamos vivos e que coisas novas podem acontecer. (mais…)

O Eu, O Corpo e a Ética Sexual Cristã

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Prostituição e Direito à Saúde: Alexandre Padilha não errou

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Quase não pude acreditar no post de Pedro Serrano publicado no site da Carta Capital (aqui) ontem, a respeito da decisão do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro teria retirado a campanha “Dia Internacional das Prostitutas” devido à pressão dos evangélicos, segundo Serrano. E o articulista afirma que Padilha errou.

Não foi Padilha quem errou, mas o articulista, de forma que minha defesa da decisão de Padilha é mais indireta, pela refutação dos absurdos publicados pela revista.

(mais…)

O Eu, O Corpo e a Ética Sexual Cristã

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O meu corpo sou eu, ou não sou eu, afinal de contas?
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Os espíritas e alguns irmãos neopentecostais dizem que somos espíritos que habitam em corpos — mas isso não pode ser verdade. Afinal, Deus disse a Adão: “Tu és pó”. Então o corpo também sou eu. Estranhamente, no entanto, o apóstolo Paulo, que não era espírita nem neopentecostal, dizia que o seu corpo era a sua “casa”.

Ora, se eu sou meu corpo, mas também posso tratá-lo como a minha casa, então há algum tipo de complexidade em mim; talvez, haja uma dualidade. (mais…)

Pureza e Impureza Sexual

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Há alguns anos ( Pureza e Impureza Sexual – Parte 1julho de 2008?) eu tive uma conversa estimulante com um pastor, no final de uma palestra sobre educação. Na palestra eu havia mencionado um princípio do pensamento reformacional — a ideia de que não há contradições estruturais na ordem criada. Assim, não há contradição essencial entre, por exemplo, a esfera da justiça e a da moral, ou entre a esfera estética e a esfera da fé, e assim por diante. Porém, uma das minhas alegações fez acenderem luzinhas no painel dos presentes, incluindo no do amigo pastor: a de que não haveria contradição estrutural entre as esferas biológica e psíquica e a esfera moral. (mais…)

Pergunta: por que o estado regula o casamento?

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Lendo uma obra filosófica muito importante sobre a natureza do casamento topei com essa pergunta interessante. Compartilho para estimular a reflexão:

 

“Imagine um mundo no qual a lei estabelece os termos de nossas amizades comuns: você e um colega de trabalho não poderiam iniciar uma amizade entre suas cabines de trabalho sem primeiro obter aprovação do estado, que poderia negá-la por considerar você novo demais ou desqualificado em algum aspecto. Tendo estabelecida a amizade, você não poderia terminá-la sem permissão do estado. E poderia até mesmo ser forçado a pagar pelos projetos iniciados com amigos agora separados – até à sua morte, e sob ameaça de prisão.

Isso seria uma loucura, e todos vemos porque: amizades comuns simplesmente não afetam o bem comum de formas estruturadas que possam justificar a regulamentação legal. Porque, então, nós – e todas as culturas conhecidas – regulamos legalmente o casamento?”

Girgis, Ryan & George: What is Marriage? New York: Encounter, p. 15.

 

Em breve mais ideias sobre o assunto!

 

A Ideia Cristã do Estado

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“Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao SENHOR! Pois os egípcios são homens e não deuses; os seus cavalos, carne e não espírito. Quando o SENHOR estender a mão, cairão por terra tanto o auxiliador como o ajudado, e ambos juntamente serão consumidos.” (Is 31.1,3)

Há uma perspectiva cristã do Estado? Há quem pense que o cristianismo não tem nada que ver com Estado – nem com política; que a religião não tem nada a ver com política. Não no sentido de que a religião não se mescle com a política, pois isso sim, acontece sempre, mas no sentido de que a religião não deveria se misturar com a política nem se intrometer em coisas de Estado. Alguns mais radicais sustentam, inclusive, que a verdadeira política é incompatível com a religião. (mais…)

Morre Edith Schaeffer 1914-2013

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Na sexta feira dia 19 de Abril foi realizado o primeiro serviço fúnebre de Edith Schaeffer (o segundo foi em Rochester) em Gryon, um vilarejo pouco acima de L’Abri em Huemoz, na Suíça. O velório deu-se quatro dias depois do nosso “members meeting” (a reunião de líderes de L’Abri). Para a família foi um misto de gratidão, de dor pela perda, e de alívio já que ela estava muito debilitada há bastante tempo.

Para os obreiros, em geral, foi um evento bastante simbólico. De certo modo a Edith representava a conexão de L’Abri com suas origens. Hoje o único parente de Schaeffer trabalhando em L’Abri é Lisby, neta do casal (filha de Prisca e John Sandri), e esposa de Greg Laughery, o direitor do L’Abri da Suíça. E muito embora vários dos obreiros atuais tenham vivido a primeira geração do trabalho, o fato é que a “era Schaeffer” está passando em L’Abri.

Mas isso tinha que acontecer mesmo, por um lado; outros obreiros, outros países, outra conjuntura espiritual e cultural. Por outro lado, é preciso manter a herança dos Schaeffers e a identidade da nossa missão nessa nova conjuntura, e para tanto o L’Abri precisará ser muito mais intencional. Vários temas já tem sido repensados com um constante movimento Ad Fontes. Exemplos foram alguns temas em debate no encontro de obreiros deste ano: “Schaeffer e a Teologia Natural”, “O Caráter do nosso Trabalho”. Tudo foi discutido com um olho na tradição de L’Abri e outro nos desafios atuais.

De todo modo, o falecimento de Edith me faz pensar em uma lacuna importante: a vitalidade de L’Abri dependia tanto ou mais de Edith do que de Francis Schaeffer. Mas Edith é pouco representada no Brasil; temos quase tudo de Francis em português, e apenas uns poucos escritos de Edith disponíveis. Em L’Abri todos concordam em que manter a herança será lembrar-se sempre do modelo e do ensino de Edith Schaeffer; seria bom que os divulgadores de Francis Schaeffer no Brasil se lembrassem também de sua esposa; ela fornece muito do contexto correto para ler a sua obra.

Pedimos a todos orações pela família de Schaeffer e pelo L’Abri nessa época de transição.

Para quem quer saber mais sobre Edith Schaeffer, recomendamos a publicação abaixo do Vinícius (Voltemos ao Evangelho): Morre Edith Schaeffer 1914-2013 | Voltemos Ao Evangelho. 

VEJA TAMBÉM:
Obituário no New York Times

Post pelo filho (Frank Schaeffer)

 

A Regra da Fé

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Em um mundo no qual o mote “viver sem regras” vende filmes, livros de auto ajuda e produtos de alta tecnologia, a ideia de uma “regra de fé” não soa muito bem. Até mesmo em contextos religiosos o discurso sobre uma espiritualidade “sem regras” dá uma sensação de liberdade, de frescor, de algo orgânico e vital.

Mas a vida tem regras; está cheia delas. De leis matemáticas à legislação de trânsito, da biologia humana, que insiste em seguir as mesmas leis sem nenhum interesse especial pelos anseios libertários da cultura hipermoderna à linguagem de programação oculta por trás de uma tela retina de alta tecnologia na qual até uma criança escreve com o dedo. Alguns desses processos são bem mecânicos e intencionais; outros são orgânicos e automáticos; mas as regras estão lá, e não podem ser ignoradas sem que os processos que dela dependem sejam destruídos. E no campo da fé não é diferente. (mais…)

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