De que modo nossa identidade se relaciona com o que fazemos? Essa pergunta foi introduzida no artigo anterior sobre identidade, e aqui vamos avançar em nossa reflexão, mas dessa vez mergulhando um pouquinho mais no texto bíblico. Vamos retomar a questão da relação entre o Ser e o Agir, sob os termos “graça” e “obras”, focalizando Gênesis 1-2 e Romanos 12.

Como mencionamos no artigo anterior, a identidade humana é inseparável da relação do homem com Deus. O homem é mesmo definido por essa relação, de modo que toda reflexão sobre a identidade humana atingirá um núcleo fundamentalmente teológico. Mas atenção: é fácil se confundir aqui. Muitas pessoas concordarão que, naturalmente, isso é assim para os cristãos; eles buscarão representar o homem a partir de sua concepção teológica, que é vista então com um “acréscimo edificante” a um saber que por natureza é neutro e fundado na antropologia científica ou filosófica. Mas não é disso é falamos; se a identidade humana for mesmo um símbolo de Deus, um espelho da divindade, ela será necessariamente misteriosa de um ponto de vista não-teológico, ou não judaico-cristão; no lugar de reivindicar uma palavra definitiva sobre o homem, os outros saberes, se não quiserem ser falsos, se calarão em silêncio. E se não se calarem, é por que são falsos; não por que foram assim declarados arbitrariamente, mas porque haverá no próprio âmago do homem como que um buraco sem fundo. O que esses saberes podem descobrir, talvez, é que esse buraco não dá para baixo, mas para cima, e só.

E o cristão procederá em sua investigação teológica: se o homem é imagem de Deus, quem é Deus? A mais básica das respostas é também a mais óbvia: se o homem foi declarado feito à imagem de Deus, em Gênesis 1, importa saber como o próprio Deus se apresenta nesses primeiros capítulos de Gênesis. E aí descobrimos diversas coisas salutares. A primeira é que Deus é o criador e o abençoador de sua criação, o que de imediato estabelece o pano de fundo para a compreensão da tarefa do homem recém-criado, de cultivar e guardar o jardim de Deus; e como este trabalhou seis dias e descansou no sétimo, o homem deve trabalhar seis dias, cultivando e protegendo, e descansar.

 

Dádiva divina e Obra humana

Mas o que significa o sétimo dia? Na imagem de mundo pagã, típica do crescente fértil sob influência suméria, os homens teriam sido criados para serem escravos dos deuses, aliviando a sua carga de produzir alimentos e servindo-os com sacrifícios. Quando os deuses enviaram o dilúvio, para eliminar o homem da terra (pois este fazia barulho demais!) houve grande fome no céu, com o fim dos sacrifícios. Até que o “noé” sumério-babilônico ofereceu um sacrifício e, de acordo com o mito, “os deuses se amontoaram em torno do altar como moscas”.

O Criador Bíblico é completamente diferente. Ele não cria o homem porque se cansou de trabalhar, como se houvesse um castigo eterno sobre ele. O Criador tem poder absoluto, e por isso é capaz de concluir o trabalho. O sétimo dia não está ali, em Gênesis, para sugerir que Deus se cansou de trabalhar; pelo contrário, está ali para dizer que o Deus todo-poderoso é o único capaz de construir algo perfeito e completo, e que por isso não depende do trabalho humano! E ele não se alimenta dos sacrifícios do homem; pelo contrário, ele é que planta um jardim para alimentar o homem. Tudo isso está embutido na visão hebraica de sábado. E assim compreendemos o seu significado: o sétimo dia significa que todo o trabalho humano, seja ele qual for (excluindo-se a escravidão e a alienação), deveria ser uma resposta ao trabalho divino e assim, essencialmente, um desfrute; nós cultivamos um jardim que Ele plantou; edificamos uma casa que Ele construiu; vigiamos uma cidade que Ele guardou; “porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10).

De certa forma, então, a ação criadora e formativa que o homem exerce no trabalho não-alienado é uma expressão divina; Deus é o criador, e o homem é um co-criador criado. Mas todo o trabalho humano é secundário em relação ao trabalho divino, e a cada sete dias o homem deve parar e se lembrar disso: ao trabalhar, o homem se torna aquilo que é, ou que foi feito para ser; ele cultiva e guarda um jardim, mas ele e o jardim foram plantados por Deus. A ação é parte e resposta necessária ao ser, mas a ação não tem prioridade sobre o ser. A dádiva é o fundamento de tudo o que o homem faz e daquilo em que ele se torna, se vive em comunhão com Deus.

 

Destruição e Renovação da Identidade

Em sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo nos presenteia com uma maravilhosa exposição do seu Evangelho. Como normalmente se observa, a primeira parte da carta, que vai do capítulo 1 ao capítulo 11, tem um foco doutrinal bem evidente; e do capítulo 12 em diante o texto ganha um teor mais exortativo, de aplicação prática. Assim é comum admitir que, o que quer que seja apresentado do capítulo 12 em diante, trata-se de uma aplicação prática do que está no princípio.

Em concordância com alguns exegetas, quero fazer uma sugestão adicional: o capítulo 1 e o capítulo 12 de Romanos tem uma relação especial, pois o primeiro visa expor a condição humana sem o evangelho, e o outro visa expôr as possibilidades humanas com o evangelho. E no centro da questão humana está o que nos interessa agora: o problema da identidade.

 

1 Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
2 Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3 Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.

(Carta de Paulo aos Romanos 12.1-3)

 

Já nesses primeiros versos temos um retorno daqueles temas fundamentais de Gênesis 1-2, e do ensino da graça de Deus como a base para tudo o que nós somos:

– Primeiro, as misericórdias de Deus são referidas como o fundamento do que fazemos – o capítulo 11 é encerrado com um louvor à misericórdia de Deus, e o capítulo 12 se abre com uma convocação ao sacrifício de toda a vida a Deus, sobre a base de sua demonstração de misericórdia;
– Em seguida, o texto fala sobre a renovação da mente; não apenas de novas idéias, mas de um “paladar” renovado, de uma mudança na natureza da percepção. Paulo fala sobre ser capaz de “provar” a vontade de Deus como algo bom, perfeito e agradável. De certa forma, ele fala sobre uma mudança de percepção estética; o que era mau fica bom e o bom fica mau; o que parecia feio, fica bonito, e o que o mundo acha bonito agora é feio; o que antes cheirava bem, agora fede; e o que antes parecia cheirar mal, agora é perfume.
– Finalmente, Paulo fala sobre a necessidade de pensarmos diferentemente a respeito de… nós mesmos! Porque será que o apóstolo introduziu esse tema exatamente aqui?

Para entender o que está acontecendo, precisamos voltar a Romanos, capítulo 1. Ali Paulo se refere aos três pontos acima, quando descreve a nossa condição como seres humanos caídos:

 

18 Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça,
19 pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
20 Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;
21 porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram.
22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos
23 e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis.
24 Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus corações, para a degradação dos seus corpos entre si.
25 Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.
26 Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza.
27Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão.
28 Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam.

(Carta aos Romanos 1.18-28)

 

– Temos então, primeiro, que os homens tinham o conhecimento de Deus, mas se tornaram ingratos, falhando em adorá-lo. A ingratidão surge, assim, como o elemento vertical do pecado original;
– Para buscar consistência dentro da ingratidão, os homens reconstroem suas imagens do universo eliminando o Deus verdadeiro, e isso os conduz à idolatria. Para viabilizar a substituição de Deus por ídolos, a mente humana precisa mergulhar na tolice e em raciocínios falsos. Há, pois, uma corrupção espiritual da racionalidade.
– Como resultado da ingratidão e da loucura, os homens perdem a autocompreensão. Isso se reflete na referência insistente ao pecado sexual. Já se sugeriu que essa referência ao desvio sexual seria uma espécie de fixação religiosa, mas esse tipo de leitura falha em reconhecer a estrutura retórica do texto. Paulo está fazendo aqui uma espécie de leitura midráshica de Gênesis; e em Gn 1.27-28 a imagem de Deus é diretamente relacionada à distinção entre macho (ish) e fêmea (ishah) como modos do humano (Adam). A confusão no “uso natural” do sexo, como as relações de “homens com homens” e “mulheres com mulheres” é no argumento paulino um exemplo paradigmático da confusão na identidade humana, e da perda da capacidade de representar Deus. Em outras palavras, não se trata apenas de sexo, mas da identidade humana.

Ora, não é exatamente isso o que temos em Romanos 12? Toda a discussão sobre dons espirituais deve ser lida em uma luz muito diferente do que estamos acostumados atualmente. Não se trata apenas de capacidades para o trabalho da igreja (que é, normalmente, o interesse principal de muitos líderes cristãos), mas dos dons como expressões de uma autocompreensão renovada: aquele que (1) se livra da ingratidão por meio das misericórdias de Deus, e (2) tem sua mente renovada para compreender e perceber a realidade de forma clara (3) necessariamente se reencontrará a partir de um novo centro, que é o Deus da graça. E assim sua identidade será restaurada.

 

O que é “Renovação da Mente”?

Para alguns leitores o salto em nosso raciocínio pode ter sido muito grande, então vamos nos aproximar mais do texto para acompanhar os detalhes. Antes de tudo, é preciso dar atenção para a transição entre o verso 2 e o verso 3. Em nossas traduções temos um “pois”, ou um “porque”. No grego, é a partícula “gar”, um conectivo inferencial. Isso significa que o arrazoado que se segue, no verso 3, sobre a necessidade de “pensar de nós mesmos como convém”, é uma aplicação direta do ensino sobre a renovação da mente. Isso é muito importante: renovar a mente não é meramente refazer as nossas idéias sobre o mundo; é, antes de tudo, reconsiderar a nossa posição no mundo, o lugar que ocupamos. Isso é altamente existencial; não estou dizendo que não seja doutrinário, mas que é muito mais do que doutrinário. Na verdade, o conhecimento doutrinário que não alterar a nossa autocompreensão e nosso lugar no mapa da realidade não é ainda a renovação da mente da qual Paulo fala.

E que essa renovação da mente não é meramente obra da inteligência ou da boa vontade do cristão, fica muito claro no próprio verso 23, quando o apóstolo diz que, para pensar de si mesmo como convém, o homem deve pensar de acordo com a “medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Fé (grego “pistis”), aqui, tem o mesmo sentido que logo à frente, em Romanos 14.22-23: o de uma convicção de consciência, uma intuição que alguém tem diante de si mesmo e de Deus, à qual deve obedecer. Paulo fala portanto de uma convicção interna e honesta, sem excessos megalomaníacos, que nasce da relação de alguém com Deus, sobre os dons e capacidades que ele recebeu.

Essa “fé” deve ser diferenciada da mera autoconfiança, a qual, por natureza, não diz respeito ao reconhecimento da dádiva divina, mas sim a um julgamento autônomo do homem sobre si mesmo que pode estar associado a uma baixa auto-estima ou a tendências narcísicas. Não; essa fé diz respeito a uma graça recebida; é uma convicção sobre o que sou capaz de fazer cujas raízes são as mesmas da gratidão: o sentido da graça divina, de que algo me foi dado e que preciso compartilhar; de que há um dom em minhas mãos, que não é de mim mas está em mim, e precisa ser comunicado. Essa “fé” é um sentido carismático, uma consciência sacerdotal específica que cada cristão tem e precisa alimentar.

Renovar a mente é, então, pensar a própria existência a partir desse reconhecimento: da graça que está em mim, e que posso comunicar. Na medida em que minha existência se ordena em torno da graça que sei ter recebido, e do aprendizado de modos mais eficazes e puros de distribuir essa graça, então minha identidade será muito mais Cristo em mim do que simplesmente eu, até que eu possa dizer, como Paulo, “trabalhei mais do que todos eles… todavia não eu, mas a graça de Deus comigo”. O que seria se em cada espaço da minha existência – trabalho, casa, igreja – o que sou fosse definido pela graça que transborda em mim, e nunca pelo molde do mundo ou de meus desejos e preconceitos carnais? É disso que fala o restante de nosso trecho em Romanos 12.

 

Dons Espirituais, Comunidade e Identidade

4 Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função,
5 assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.
6 Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé
7 Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine;
8 se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.

(Romanos 12:4-8)

 

É nesse argumento em torno da autocompreensão que se inserem as referências de Paulo aos dons espirituais nos versos seguintes. Os versos 4 a 6 falam sobre o corpo de Cristo por meio de um movimento de raciocínio que vai do reconhecimento da unidade para a ênfase na diversidade, com a qual a listagem de dons é introduzida na metade do verso 6. E a origem desses diferentes dons é “a graça que nos foi dada”, diz o verso 6.

Por isso mesmo, cada um deles deve ser exercido segundo a proporção da “fé”, começando com a profecia. Quem profetizará, e com qual intensidade e ousadia o fará, depende da graça e da consciência carismática que cada um tem. Um se sabe profeta; outro diácono; outro administrador, e outro filantropo; o importante é que cada um faça o que é seu próprio, sem imaginar-se outra coisa, sem tentar se fazer à imagem do próximo, sem desprezar nem supervalorizar a si mesmo. Cada um deve aprender a gratidão, e servir a partir daquilo que recebeu, com alegria. Cada um deve forjar sua visão de si mesmo a partir do dom divino.

Não é isso bem diferente do que estamos acostumados a ouvir? Muitas vezes nós, líderes cristãos (e eu mesmo sou culpado desse erro também) empregamos o discurso sobre dons espirituais apenas para movimentar o povo cristão, para fazer o trabalho avançar, mas não nos preocupamos muito com o que isso significa para o próprio cristão. Mas a questão é muito mais séria do que o lugar de alguém “na equipe”. A questão de fundo é a própria identidade de cada cristão, e não podemos jogar com isso de forma pragmática. Os dons espirituais tem a ver, sim, com o funcionamento orgânico da igreja; mas esse funcionamento orgânico é inquebravelmente dependente da individualidade robusta e madura de cada pessoa. A identidade da igreja como Corpo de Cristo, em cada lugar, não é algo que possa ser obtido sem a identidade de cada membro ser firmemente estabelecida. Como ensinou Soren Kierkegaard: não há comunidade forte sem indivíduos fortes; sem eles temos apenas a coletividade, a massa.

 

Concluindo…

As Escrituras nos convidam a pensar quem somos de um modo muitíssimo diferente de como o mundo impõe, com seus moldes. Na antiguidade, o homem deveria se ver como escravo dos deuses, e o Gênesis foi inspirado por Deus, para ensinar que o Deus verdadeiro é graça e a fonte do poder para trabalhar; que o homem é definido pela dádiva divina. Hoje um dilema semelhante nos assalta; como citamos no artigo anterior, o terrível peso da autodeterminação foi posto sobre os ombros de cada um pela modernidade, mas o homem não foi desenhado para suportar essa carga. A inversão moderna de Ser e Agir é insustentável.

Novamente, as Escrituras tem a resposta: não é o meu desempenho, nem a minha carreira, nem os sistemas de valores da hipermodernidade que me definem; é a graça de Deus o que me define. E na medida em que eu reconhecer a graça na minha vida, pela gratidão, e distribuir essa graça aos outros pelo serviço, essa identidade oculta se revelará. Isso não significa, no entanto, que minha ação não faz diferença; pelo contrário, ela é o lugar no qual a graça de Deus se expressa e se aperfeiçoa. É como acontece com a salvação: não sou salvo pelas obras, em sim pela fé; mas nas obras a fé se aperfeiçoa e ganha concretude.

Embora ainda haja muito o que dizer sobre identidade, essa é a resposta definitiva à interrogação sobre quem eu sou: o mundo não pode dizer isso, e tampouco eu posso dizer a mim mesmo o que serei: a resposta será encontrada olhando para Ele, e servindo em seu jardim.

O sentido de identidade é um dom reservado aos que aprendem o caminho da gratidão; e a gratidão se realiza quando nos levantamos para servir uns aos outros com aquilo que temos. Na gratidão, ser e ação, graça e obras, tem o seu ponto de convergência; e é nesse lugar que encontramos a nós mesmos.