O grito da morte

O grito da morte

SÉRIE OS ÚLTIMOS DIAS DE JESUS | Estudo 1

Texto básico: Mateus 27.32-56

Introdução

 “Jesus, porém, bradando novamente em alta voz, entregou o espírito.”  (Mt 27.50)

O pior dia da história foi marcado por fortes ironias. Aquele que foi zombado como rei é, na verdade, o Rei de todo o universo. Aquele que se fez fraco é o Todo-Poderoso. Aquele que não pôde salvar a si mesmo salva os outros. Aquele que clamou em desespero confia plenamente no Pai.

Mas essas ironias não estavam evidentes — pelo menos, não para a maioria. Jesus foi acusado de ser um “falso profeta” e um “pretendente messiânico”. Essas acusações tinham um fundo político, pois os líderes religiosos o viam como uma ameaça à estabilidade. A alegação de que Ele era o “Rei dos Judeus” era particularmente perigosa, pois poderia ser interpretada como um ato de rebelião contra Roma.

Pilatos, porém, não enxergava em Jesus os perigos que seus acusadores apontavam. “Mas eles continuaram gritando: ‘Crucifica-o! Crucifica-o!’” (Lc 23.21). O povo clamava: “Soltem Barrabás, crucifiquem Jesus!”. Mas o que Cristo havia feito? Qual era a justiça desse julgamento que condenava o inocente e libertava o assassino? Esse momento é um retrato da humanidade caída. O povo clama, Pilatos cede, e Jesus caminha para a cruz. Mesmo assim, Ele intercede por seus algozes: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34). Repetimos essa oração — Pai, tem misericórdia de nós!

“Jesus bradou em alta voz: ‘Eloí, Eloí, lamá sabactâni?’ que significa: ‘Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?’” (Mt 27.46b). O Filho de Deus estava ali, abandonado em uma cruz. Mas, ao mesmo tempo, a semente de Eva esmagava a cabeça da serpente. Ali, pendurado no madeiro, Cristo cumpria a vontade do Pai. “Jesus disse: ‘Está consumado!’” (Jo 19.30b). O sacrifício redentor foi realizado, as promessas foram cumpridas e uma nova aliança foi estabelecida.

As ironias da cruz revelam a natureza do próprio Reino de Deus. Podemos compartilhar dessas ironias e sermos fracos, mesmo sendo feitos fortes; perdermos, mesmo sendo vitoriosos; morrermos e, então, experimentarmos a ressurreição.

 

Perguntas para reflexão

Por que a simples existência de Jesus era uma ameaça para os líderes religiosos?

Nós também temos medo de ter nossa religiosidade ameaçada? Como esse medo se manifesta?

Como as ironias da cruz podem nos ajudar a lidar com nossas próprias fraquezas?

Nas atividades comuns da nossa semana, fica evidente que cremos no reinado de Jesus?

Nos momentos de dor ou desespero, como a cruz de Jesus pode nos ajudar a confiar em Deus, mesmo quando parece que Ele está distante?

Francis A. Schaeffer afirma que “como cristãos, morremos com Cristo, à vista de Deus, quando nós o aceitamos como Salvador; mas há muito mais. Está evidente a exigência de que, na prática, devemos morrer diariamente”. O que significa “morrer diariamente”?

 

Oração

Ó Deus, pela Paixão de Cristo, protege-nos; por suas feridas, cura-nos; por sua morte, ergue-nos; e por sua ressurreição, conduz-nos à vida eterna.1

 

Canção

Por isso reina (O Rei da glória) – Guilherme Kerr

O Rei da glória, o Rei dos reis
Senhor dos senhores
Soberano Deus
É Jesus, É Jesus, É Jesus

Desceu da glória e homem se fez
Varão de dores, servo sofredor
Padeceu, sim, Jesus padeceu

Sim, Cristo entregou sua vida
De forma espontânea Ele a deu
Ninguém poderia obrigá-lo
Foi seu próprio amor que o moveu

Por isso reina acima dos céus
E tem o nome capaz de nos salvar
É Jesus, só Jesus, só Jesus

Virá em breve, o Rei dos reis
Vestido em glória
Com todo o seu poder, voltará
Meu Jesus, voltará!

 

Nota
1. Livro de Oração Comum

 

Estudo baseado no livro Os Últimos Dias de Jesus – O que de fato aconteceu?, N. T. Wright; Craig A. Evans

Autores do estudo: Luan Rodrigues e Pedro Paulo Valente, pastores na Igreja Presbiteriana de Viçosa, em Minas Gerais.

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