Perdas tremendas e irreparáveis não se comparam à perda da alma
“Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16.26)
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Perda é perda. Verdadeira ladra ou simples diminuidora de qualquer bem, a perda é extremamente desagradável. Ela nunca se anuncia. Trabalha em silêncio. Só quando já minou tudo ou quase tudo é que não mais se esconde e chega a tocar trombeta. Para alcançar seus intentos, a perda ilude, mente, esconde, trapaceia, tira um pouquinho de cada vez, propõe futuras vantagens, elimina a vigilância, fala alto, veste-se de ovelha e põe mel na língua.
2
Você pode perder o cabelo, a orelha, o braço ou a perna. Você poder perder o paladar, a audição, a fala ou a visão. Você pode perder o apêndice, o pulmão esquerdo, parte dos intestinos ou o rim. Você pode perder a inteligência, a memória, a coordenação motora ou o juízo. Você pode perder a mocidade, o vigor dos anos, a saúde ou a vida física. São perdas sérias e desastrosas, mas na avaliação de Jesus pior ainda é perder a alma.
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Você pode perder o patrão, o empregado, o colega ou o amigo. Você pode perder o pai, a mãe, o cônjuge ou o próprio filho. Você pode perder o esposo de vinte anos por uma mulher estranha ou a esposa de vinte e cinco por um aventureiro sem graça e sem caráter. Você pode perder a tutela dos filhos, o respeito dos filhos ou o amor dos filhos. São perdas tremendas e irreparáveis, mas, na avaliação de Jesus, pior ainda é perder a alma.
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Você pode perder os juros e a correção monetária de um trimestre, o dinheiro que emprestou ao amigo, as economias duramente amealhadas ou o capital de sua indústria. Você pode perder os bens de consumo, o carro, a casa ou o salário da sobrevivência. Você pode perder a lavoura, o gado ou a fazenda. Você perder o saudoso status de ontem. São perdas difíceis e duras, mas, na avaliação de Jesus, pior ainda é perder a alma.
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Você pode perder a imagem de Deus, a sensibilidade do espírito ou a sede do Eterno. Você pode perder o bom nome, as normas de conduta ou o caráter. Você pode perder a Palavra de Deus, o hábito da oração, a frequência ao culto ou o temor do Senhor. Você pode perder a herança religiosa do lar e até a capacidade de crer. São perdas simplesmente terríveis e assustadoras, mas, na avaliação de Jesus, pior ainda é perder a alma.
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Perder a alma é perder tudo, pois, na avaliação de Jesus, nada aproveitará o homem “se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma” (Mt 16.26). Perder a alma é perder a vida e a vida é mais do que qualquer outra coisa. Perder a alma é errar fragorosamente para sempre o alvo da própria existência. Portanto, não venda a sua alma a ninguém. Nem a deixe a disposição de qualquer mão iníqua. Ela é sua e você é responsável por ela.
Texto originalmente publicado na seção “Quadro de avisos” da edição 140 de setembro/outubro de 1981, de Ultimato.