Não quero cantar canções de alegria quando é tempo de cantar canções de tristeza
Chega de gritos retumbantes, chega de danças, chega de algazarra, chega de foguetadas, chega de balões coloridos, chega de música estridente, chega de vinho! De hoje em diante, vou misturar o barulho com o silêncio, a alegria com o choro, as miragens mirabolantes com a contemplação, a súplica com a adoração, as ações de graças com as lamentações, as canções alegres com as canções tristes […]
A cultura no meio da qual vivo me ensina a abominar a tristeza e a idolatrar a alegria, embora certa tristeza seja mais nobre que certa alegria.
Estou aprendendo com o profeta Ezequiel a reservar o momento certo das canções alegres e o momento certo das canções tristes […] O Senhor o mandou cantar uma canção de tristeza e não de alegria por causa do momento histórico pelo qual passava o povo eleito […]
Com a ajuda de Deus, vou parar de dançar quando a minha situação, a de minha família, a de minha igreja e a de minha nação for de ficar triste e chorar. Preciso me exercitar na arte de derramar lágrimas quando as coisas vão de mal a pior e quando o abismo está bem à minha frente!
Trecho da seção “De Hoje em Diante” publicada na edição de julho/agosto de 2013.