Desabamentos
Todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.
(Mt 7.26, 27)
Três filhas e sete filhos de Jó estavam comendo e bebendo em casa do mais velho quando um forte vento do lado do deserto soprou nos quatro cantos da casa e a derrubou. Todas as dez pessoas morreram naquele dia (Jó 1.18, 19).
No tempo de Jesus, uma pequena torre, conhecida como a Torre de Siloé, desabou sobre dezoito pessoas e as matou (Lc 13.4, 5).
Das chamadas Sete Maravilhas do Mundo, quase todas ao redor do lado oriental do mar Mediterrâneo, apenas as Pirâmides do Egito continuam de pé. Os Jardins Suspensos da Babilônia, o Templo de Ártemis em Éfeso, a Estátua de Zeus em Olímpia, o Mausoléu de Hadicarnasso, o Colosso de Rodes e o Farol de Alexandria já não existem. O Templo de Ártemis, que tinha 106 colunas de 12 metros de altura, foi incendiado e arrasado no ano 356 a.C., cerca de dois séculos depois de construído. O Farol de Alexandria, que foi concluído por Ptlomeu II (308-246 a.C.) e tinha 134 metros de altura, veio ao chão por causa de um terremoto. Igual sorte teve o Colosso de Rodes, uma estátua oca de bronze de 37 metros de altura, logo depois de terminado, no ano 224 a.C.
De todos os desabamentos, porém, o mais dramático certamente é o das torres do World Trade Center, em Nova York, ocorrido no dia 11 de setembro de 2001. As duas torres maiores eram quase 12 vezes mais altas que o Colosso de Rodes e tinham 110 andares cada uma. O desabamento provocou a morte de mais de 3.600 americanos e mais de 2.700 estrangeiros de pelo menos sessenta países. Deixou 1,2 milhão de toneladas de entulho e milhares de pedaços de corpos humanos.
Muito provavelmente, Jesus teria aproveitado a comoção provocada pela morte das dezoito pessoas soterradas pelos escombros da Torre de Siloé para falar sobre outro tipo de desabamento. No final do Sermão do Monte, Ele declarou: “Todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína” (Mt 7.26, 27).
Texto originalmente publicado na edição 273 de Ultimato.