Ao se referirem às pessoas de idade, as diferentes versões das Escrituras Sagradas usam um vocabulário enorme, desde o idoso, o ancião, “o bem velho”, “o muito velho”, o encanecido, o indivíduo de cabelos brancos e “os anciãos de venerandas cãs” (Jó 15.10, BJ) até as expressões mais generosas, como “o entrado em dias”, “o adiantado em anos” e “os avançados em idade”. A expressão moderna “terceira idade”, que já está sendo abandonada, não se usa nem uma vez.

 

A Bíblia alimenta e estimula o respeito pelos mais velhos. Basta considerar os seguintes textos:

1. Uma das leis dadas a Israel por intermédio de Moisés diz: “Fiquem de pé na presença das pessoas idosas e as tratem com todo o respeito” (Lv 19.32, BLH). Paulo, sem dúvida, tinha isso em mente quando instruiu a Timóteo: “Não repreendas asperamente ao homem idoso, mas exorta-o como se ele fosse seu pai” (1 Tm 5.1, NVI). Roboão não levou em consideração o conselho dos anciãos para diminuir a carga tributária e, então, provocou a divisão do reino de Israel, lá pelo ano 930 a.C. (1 Rs 12.1-15).


2. O tempo de serviço pesado dos levitas era só de 25 anos, dos 25 aos 50 anos de idade (Nm 8.24-26). A partir dessa aposentadoria compulsória, eles poderiam ajudar os mais novos no trabalho mais leve.

3. A esperança de uma longevidade feliz aparece aqui e acolá. Por intermédio do profeta Isaías: “Nunca mais morrerão ali [no novo céu e na nova terra] criancinhas de poucos dias; ninguém morrerá antes de ficar bem velho. Morrer aos cem anos será morrer moço, e não chegar aos cem anos será uma maldição. Vocês construirão casas e morarão nelas, farão plantações de uvas e beberão de seu vinho. Não construirão casas para outros morarem nelas nem farão plantações de uvas para outros beberem do seu vinho. O meu povo viverá muitos anos como as árvores, e todos terão o prazer de aproveitar as coisas que eles mesmos fizeram” (Is 65.20-22, BLH). Por intermédio do profeta Zacarias: “Os velhinhos e as velhinhas, com as suas bengalas na mão, vão se sentar nas praças de Jerusalém” (Zc 8.4, BLH). Por intermédio do apóstolo Paulo: “É preciso que Ele (o Senhor Jesus) reine, até que tenha posto todos os seus inimigos [todos os poderes hostis ao reino de Deus] debaixo dos seus pés” e “o último inimigo a ser destruído será a morte” (1 Co 15.25-26, BJ). Por intermédio do apóstolo João: “Ele [Deus] enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais” (Ap 21.4, BJ).

4. Das seis pessoas mais envolvidas com o nascimento de Jesus, três eram idosos: Zacarias, Isabel (Lc 1.7) e Ana, a profetiza (Lc 2.36-38). É muito provável que Simeão, o homem que tomou nos braços o Senhor, fosse um idoso à espera da morte (Lc 2.25-32).

5. As Escrituras fazem questão de mencionar a idade daqueles que morrem em adiantada velhice.

Texto originalmente publicado na edição 259 de Ultimato.

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