Por Raquel Bastos

 

O olhar que transforma

O menos em mais

Não se deixa apressar

E sempre gera paz

 

Pausadamente observa

Com atenção profunda

Cada dor latejante

Cada cicatriz imunda

 

Até que, num lampejo repente

Percebe mirar importante labuta

E a sofrida perda aparente

Revela ser um florescer em luta

 

Menos sol é mais chuva

Menos seca, mais vida

Menos asfalto, mais terra

Menos gás, mais comida

 

Menos idade, mais energia

Menos riqueza, mais criatividade

Menos ocupações, mais relacionamentos

Menos perfeição, mais verdade

 

Menos umbigo, mais empatia

Menos inércia, mais cicatrizes

Menos lutas, mais fraquezas

Menos mobilidade, mais raízes

Neste eterno poema

Em que menos é mais

O convite está feito

Ninguém fica pra trás

 

Com caneta ou lápis,

Tanto fez, tanto faz

O que se escreve junto

Não se apaga jamais

 

Raquel Bastos, 31 anos, é esposa de José Luis e mãe do Calebe. É presbiteriana, mestre em Linguística Aplicada e professora de português em uma escola municipal.

 

Saiba mais:

>> Antologia de Poetas Evangélicos, Ebenézer Soares Ferreira

>> Para Que Serve a Teologia – Sabedoria, Significado e Beleza, Alister McGrath

>> A coragem de uma vida simples

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