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Os muçulmanos se direcionam à Meca. Mas e o cristianismo, onde é o seu centro de gravidade? Para qual localização geográfica apontamos?

 

Por Davi Chang

#ELJ2016 – O cristianismo é a religião mais diversa, globalizada e internacional do mundo. Quando chega a uma localidade específica, a fé cristã pode se encarnar com cheiro da terra e o ritmo da cultura local. No Encontro de Líderes Jovens do Movimento Lausanne (ELJ), no qual mais de mil pessoas de mais de 150 países representados se uniram para contar a grande história de Deus, me encanto com o que Deus tem feito na vida de gente comum que se dispõe ao seu serviço. Somos a verdadeira fé global. Podemos celebrar o fato de que nos últimos 25 anos, tivemos o maior número de pessoas que se tornaram cristãs em toda história, e isto mesmo no contexto de perseguição e sofrimento.

Onde é o centro de gravidade do cristianismo? Os muçulmanos se direcionam à Meca.  Como cristãos, para qual localização geográfica apontamos? A resposta é que o centro geográfico da fé cristã sempre esteve em mudança ao longo de sua história. Certamente começou em Jerusalém. Mas no ano 70 AD, com a queda de Jerusalém e a destruição do templo, o centro definitivamente vai para o mundo gentio, até Antioquia, depois a Roma, Wittenberg, em tantos outros lugares que o Espírito decidiu soprar. Porém, estamos diante de uma nova mudança, uma especial inversão: do norte para o sul global.

Se no início do século passado somente 29% dos cristãos estavam na África, Ásia e América Latina, agora são 78%. Em 2020, os cristãos no sul global serão 80% dos cristãos no mundo. O cristão do século 21 tem olho puxado e pele negra. No ELJ ouvimos relatos de como Deus abençoou a África, como expresso em um culto de 1 mihão de pessoas  na Nigéria; ou das incríveis histórias dos mártires egípcios. Escutamos também da Ásia, da perseguição e perseverança dos iranianos e da força missionária chinesa que se prepara para enviar milhares de proclamadores do Reino nos próximos anos. Estes missionários chineses têm a marca dos primeiros cristãos, pois sabem que os sangue dos mártires é a semente da igreja.

O século 21 apresenta desafios novos à missão do povo de Deus. Diante de tantas novidades, nossas vidas nunca foram mais confortáveis e ao mesmo tempo tão precárias. A vida está se acelerando: cada vez o mundo está interconectado, mas incerteza paira no ar. Vivemos tempos de degradação ambiental e aumento na desigualdade entre os mais ricos e pobres no mundo. A tecnologia tem mudado nossa compreensão sobre o ser humano e gerado consequências sobre a maneira como fazemos missão. Desafios a serem compreendidos incluem a revolução digital, as descobertas da sequência do genoma e a bioética, a inteligência artificial, as mudanças na atitude quanto ao corpo e sexualidade.

A geração atual de cristãos precisa aprender a ler os sinais dos tempos e lutar para andar no compasso do Espírito. O mundo mudou e parece que a igreja nem sempre consegue responder rapidamente e adequadamente aos novos desafios. Nossa geração digital parece ser superficial, com mais informação do que sabedoria. O discipulado no século 21 precisa preparar os cristãos para desafios complexos.

Apesar dos avanços da igreja, mais de dois terços das pessoas no mundo não conhecem pessoalmente um cristão para dar-lhes um testemunho claro de Jesus.  Esta estatística nos chama a atenção para uma tarefa ainda inacabada, para nosso compromisso em  participar da missão diante das necessidades do mundo.

Vemos um maravilhoso interesse na parceria crescente em cristãos do mundo todo. Não desanimemos: Deus está trabalhando e a força missionária cristã é mais diversa, de diferentes países, cores, raças que em toda história! Sigamos celebrando o que Deus tem feito e nos comprometendo a responder ao chamado.

 

• Davi Chang Ribeiro Lin é psicólogo clínico, mestre em Teologia pelo Regent College (Canadá), doutorando em Teologia (FAJE) e um dos pastores na Comunidade Evangélica do Castelo, em Belo Horizonte (MG). Chang foi um dos convidados do Encontro de Líderes Jovens do Movimento Lausanne, em Jacarta, na Indonésia.

 

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