Deus e o ser humano nas telas de Henrique Neiva
Nosso boletim semanal Últimas traz a arte de Henrique Neiva, teólogo e artista plástico de Belo Horizonte (MG). O quadro desta edição é Jonas e o Peixe, pintado em 1998.
Henrique é leitor da Ultimato e ficou bem animado com nossa proposta de valorizar artistas cristãos em nossos boletins. Leia abaixo a opinião de Guiomar Lobato, historiadora e crítica de artes, sobre a obra de Henrique.
Conheça também o site do artista: http://www.artdoxa.com/HenriqueNeiva
Sarça Ardente
Por Guiomar Lobato
O teólogo Henrique Neiva é conhecido do público através das suas exposições, que entre individuais e coletivas somam mais de quarenta mostras; assim como pela presença constante dos seus quadros em galerias de Belo Horizonte,MG –Brasil; da Flórida- USA ; Alemanha e Lisboa –Portugal.
Nos seus vinte anos de carreira como artista plástico, Henrique Neiva tem demonstrado uma coerência estética e uma têmpera artística incomuns.
Ele é o homem que, usando o material terroso (incluindo os minérios) e orgânico, cria poemas e louvores a Deus. O Deus deste artista de temática firme como rocha (cujos óxidos são também seu material de trabalho), só poderia ser o austero Jeová, o Deus do Antigo Testamento.
Henrique Neiva é um fascinado pela história humana narrada pela Bíblia. Homens e mulheres de caráter obstinado, forjado pelo deserto e pela fé inquebrantável num Deus que se mostra como sarça ardente nas areias, como Alfa e Omega de seus destinos. Nas telas, Henrique Neiva se transporta para esse começo de humanidade se organizando em torno de um líder e uma filosofia, e lança mão dos símbolos da época: as alianças, os mapas, as portas do templo, os cânticos e os salmos.
Sobre texturas áridas e ouro, relevos e muros (muitos muros, velhos muros, rugosos, musgosos, em ruínas), Henrique pinta e modela, como cânticos, sua permanente fascinação pela história do homem.
O artista sobre o qual estou falando, há muito tempo já dominou a técnica pictórica e o emprego dos recursos estéticos. O desafio é manter sua inesgotável imaginação temática, aparentemente tão grande como o mistério humano.
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Guiomar Lobato, historiadora, crítica de artes, é membro da ABCA (Associação Brasileira dos Críticos de Arte).
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