Não faz muito tempo, em um encontro com pouco mais de cem estudantes universitários, perguntei se as mães daqueles jovens trabalhavam. Uma meia dúzia deles levantou a mão.

O que isso significa? De duas, uma: ou as mães ali representadas eram desocupadas, ou a noção de “trabalho” e “emprego” não estava muito clara.

É bom lembrar Lutero, antes de continuar: “Nenhum trabalho é melhor que outro para agradar a Deus: buscar água, lavar a louça, ser sapateiro ou apóstolo; tudo é uma só coisa; lavar louça ou pregar o evangelho, tudo é uma só coisa, no que se refere ao trabalho, para agradar a Deus”. Embora distantes da Revolução Industrial e vivendo mudanças profundas nas relações e nas formas de trabalho nas últimas décadas, ainda insistimos no mito de que “trabalho” é igual a “emprego”.

O assunto e os “mitos” não param por aí. O nosso “livro da semana”, Trabalho, Descanso e Dinheiro, examina a vocação do homem e da mulher como trabalhadores. Apresenta o padrão bíblico para o descanso humano, que vem em clara relação ao trabalho, e também mostra uma análise sobre o dinheiro – fruto do labor e frequentemente meio de descanso -, com ênfase especial sobre o dízimo. Aliás, falar em dinheiro nas igrejas é quase o mesmo que falar em dízimo. Uma leitura fácil e, ao mesmo tempo, profunda do professor e teólogo Timóteo Carriker.

  1. TRABALHO é toda e qualquer atividade que se executa. Pode ser remunerada ou não. Lutero foi citado aqui explicitamente, muito embora a fonte, não.

    EMPREGO, no sentido mais atual do termo (depois da revolução industrial) é uma ‘atividade’, um trabalho remunerado ($) que pode ter um vínculo (CTPS) ou não (a minha faxineira não tem CTPS. É diarista).

    Um político, por exemplo ‘trabalha’ para o povo, mas não tem vínculo empregatício (CTPS).

    Paulo, por exemplo, tal qual o Dr. Carriker, ‘trabalham’ e eu assumo que muito mesmo. O primeiro nunca teve vínculo empregatício e assumo que o segundo deve ter com alguma organização.

    Não há ‘mito’ algum nessas duas palavras. Nenhum. Muito menos se deve tirar, a meu juízo, ilações na forma de fazer algum tipo de categoria de pensamento. Não conheço um único empresário que possa ser chamado por esse nome que diferenciaria uma pessoa pelo ‘olhar’ trabalho/emprego.

    Mensalmente órgãos do governo anunciam que diminuiu ou aumentou o número de EMPREGOS, assumindo, claro que o primeiro (trabalhador/trabalho) é fundamentalmente dependente do segundo.

    O cristão se encaixa perfeitamente dentro dessa perspectiva contemporânea de trabalho/emprego.

    O que passar disso é uma variante de algo como ‘ócio criativo’ bíblico sem expressão maior no mercado de trabalho remunerado.

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