Garota negra de 6 anos enfrentou com perdão os manifestantes que tentaram impedi-la de frequentar a escola pública em Nova Orleans em 1960 com ameaças, punhos cerrados e muita humilhação. Ruby Bridges morava em Nova Orleans em 1960. Naquele ano, a Suprema Corte americana ordenou que as escolas públicas passassem a aceitar alunos negros. Ruby tinha seis anos de idade quando foi matriculada na escola elementar Frantz. A polícia local se recusou a protegê-la, portanto delegados federais foram designados para acompanhá-la, ajudando-a a passar por uma multidão de cidadãos revoltados, todos os dias. Os manifestantes gritavam com ela, balançavam os punhos cerrados, ameaçavam matá-la. Durante todo o ano letivo, Ruby foi a única criança a freqüentar aquela escola. Todos os outros se afastaram.

Em 1960, o Dr. Robert Coles, psiquiatra e professor da escola de medicina de Harvard, estava fazendo pesquisas sobre o estresse e decidiu analisar o caso de Ruby Brigdes. Ele viajou até Nova Orleans para entrevistar a garota, seus familiares e seus professores. Para surpresa do Dr. Coles, ele não encontrou nenhum sinal de estresse nos membros daquela família. Em conversa com o médico, o professor de Ruby mencionou que aquela garotinha de seis anos parecia falar com a multidão, todas as manhãs, quando ia para a escola, e todas as tardes, quando voltava para casa. O Dr. Coles perguntou a Ruby o que ela dizia. Ela declarou que orava por todos. O psiquiatra descobriu que Ruby e seus familiares oravam juntos todas as noites em favor dos manifestantes. O pastor da igreja que freqüentavam disse que, quando Jesus sofreu, orou dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Portanto Ruby fazia essa prece todos os dias, rogando por aqueles que gritavam com ela.

O Dr. Coles não conseguia deixar de pensar naquela garota de apenas seis anos. Por causa da influência que Ruby teve em sua vida, ele começou uma busca pessoal até finalmente se entregar a Jesus Cristo.

A história de Ruby não terminou com a liberação das escolas para alunos negros no sul dos Estados Unidos, ou com o impacto que a menina causou sobre um famoso psiquiatra infantil.

Ela tinha a visão de país muito diferente e mostrou a toda a nação como realizar esse sonho. Em uma noite de domingo, em 28 de janeiro de 1998, trinta e oito anos depois, um documentário especial transmitido pela rede de televisão ABC relatou novamente aquele caso para os americanos.

Ruby Bridges agiu como líder e demonstrou o tipo de atitude exemplar de que necessitamos no século XXI.

Extraído de “Leadership that works” de Leith Anderson. Traduzido por Mãos Dadas. Reproduzido com permissão. Ruby agora é presidente da Fundação Ruby Bridges, que fundou em 1999 para promover “os valores da tolerância, respeito e valorização de todas as diferenças”.

Nota: Quer nos contar uma história de reconciliação? Envie para cartas@ultimato.com.br

  1. Tenho uma filha adotiva, negra, e moramos nos EUA. Na ocasião Juliana não tinha vindo ao mundo, mas eu morava no estado de Mississippi. Lembro-me muito bem da visita do Rev. Elben. Vivi muito do racismo ali. Por que escrevo isso? Porque o assunto é RACISMO, como combate-lo e a luta de Ruby. O assunto RECONCILIAÇÃO é periferal.

  2. Mas a citada “luta de Ruby” se consolidou em torno de perdão e constância. Eu diria que o racismo, assim como o ódio, não são o centro de nada; são sempre a periferia. Você pode escolher entre combatê-lo com mais ódio ou ou fazer deles escadas onde vai ser capaz de subir um pouco mais a ponto de encontrar o dom do perdão, a compreensão, a paz de espírito, a sabedoria e, quem sabe, o Amor.

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