Enviado por Daniela Cabral

Fui ao Usina 21 a convite dos organizadores, exatamente para contar por aí o que aconteceu lá. Usina 21 é um movimento que busca reunir organizações e pessoas cristãs para discutir ideias para a transformação social. Segundo o vereador Carlos Bezerra Jr., que criou o evento em 2002, é o único desse porte no Brasil. A oitava edição, que aconteceu em 7 de novembro de 2009, um sábado, contou com cerca de 40 oficinas e mais de 800 participantes (leia-se 2.500 participantes).

Já a perspectiva de viajar a São Paulo sozinha deu um friozinho na barriga. Mas o pessoal da organização do evento me tratou como preletora! O usineiro Denis encontrou-me na rodoviária e me levou até o Instituto Presbiteriano Mackenzie. Falou com entusiasmo do Prêmio Jovem Brasileiro 2009, que o Usina 21 ganhou recentemente. Disse que “o Usina foi o único movimento evangélico que se inscreveu, e ganhou!”.  Ultimato publicou notícia aqui na ocasião. Confira.

Ao chegar vi muitos voluntários, que me foram apresentados pelo Denis, e parece que alguns já tinham ouvido falar de mim. Quando era apresentada: “Daniela, da Ultimato”, o sorriso se abria. Ultimato abre portas e sorrisos. Soube que os voluntários estavam lá trabalhando desde 6h da manhã.

Em seguida o Denis me levou para a Sala dos Preletores. Tomando um cafezinho encontrei duas moças do Centro de Reestruturação para a Vida (CERVI). Essa instituição busca oferecer assistência integral às mulheres (seus parceiros) que passam por gravidez inesperada. Segundo Alessandra, do CERVI, o maior desafio é fazer o trabalho de conscientização e prevenção nas igrejas. Nas escolas é mais tranquilo. Isso aconteceria porque a primeira reação dos pastores é: “Não, aqui na minha igreja os jovens não têm problemas nessa área”. E como não se fala nisso, além de serem tentados os jovens muitas vezes caem porque não têm orientação sobre como resistir. Em seguida iríamos para a Sala dos Voluntários, mas aí já era hora de irmos para o Auditório Ruy Barbosa, onde aconteceria a abertura.

O encontro começou com apresentação da banda da Comunidade da Graça de Guarulhos, o pessoal do Projeto Mag. Logo depois, entrou Jovens da Verdade, com Terra dos Palhaços, divertindo todo mundo. Em seguida, o vereador Carlos Bezerra Junior contou a história do Usina 21 e como tudo começou. Ele fez menções a palestrantes que já passaram pelo evento e lembrou a motivação do Usina desde o primeiro: aproximar a juventude evangélica dos principais debates da sociedade. Logo após, chamou o pastor e conferencista Ariovaldo Ramos para ministrar uma palavra aos usineiros.1

Com Ari, a conversa foi sobre a criação. Num exercício imaginativo, ele presumiu como a trindade discutiu todos os acontecimentos que envolveriam a humanidade antes mesmo de criá-la, falou a respeito de nossa responsabilidade em cuidar do mundo, responsabilidade social, política e tudo o que envolve a preservação do planeta e do próximo. “Antes de evangelizar, Deus fez ação social”, disse Ari. “Quando Jesus diz que teve sede e não lhe deram de beber, ele não quis dizer que não lhe trouxeram um copo d’água, mas que é de nossa responsabilidade cuidar dos recursos hídricos da Terra, e do acesso a eles”, afirmou.

Com o fim da palestra do Ariovaldo, a turma desceu para as oficinas, que duraram em média duas horas. A oitava edição do Usina 21 contou com mais de 40 oficinas e histórias, oferecidas e contadas por preletores como o cantador Roberto Diamanso, os pastores Roberto Márcio e Ariovaldo Ramos, a delegada de polícia Celi Paula, entre vários outros. Por aí já se pode ver a diversidade presente no evento.

Roberto Diamanso contou sua linda história, que culminou numa casa/instituição, como ele chama, onde ele mora com a família (esposa e 15 filhos, sendo 12 adotivos). O pastor Roberto Márcio falou sobre a liderança jovem, numa oficina muito participativa. Ariovaldo Ramos também contou sua história de vida, com muita emoção. A delegada Celi falou sobre violência.

Na hora de almoço e nos intervalos tive bastante comunhão com os irmãos, que me contavam suas histórias e sonhos. Conheci trabalhos artísticos/evangelísticos muito especiais. Não encontrei outros participantes que não fossem do estado de São Paulo.

Voltei para Viçosa com uma sensação muito boa: de que tive um final de semana cheio de milagres. Infelizmente fico devendo fotos, porque esqueci minha máquina fotográfica por lá…

Nota
1. Este parágrafo e o seguinte foram adaptados do texto “O que rolou até agora”, de Rodrigo Fonseca Silva, publicado em www.usina21.com.br

  1. Também estive nesse evento.
    Foi muito bom, porém é díficil escolher quais oficinas participar, devido a excelência dos temas e também dos palestrantes.
    Fica um conselho….
    Este evento é muito bom, porém pouco divulgado para as igrejas pentecostais e igrejas localizadas na periferia de São Paulo, onde assuntos tratados, tais como: violência infantil, gravidez na adolescência, louvor, evangelismo através da arte e outros seriam de total relevância, pois nessas comunidades essas realidades são mais claras.

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