Covid-19 – Arte para não esquecer
Por Eric Rodrigues

As pinturas de Eric Rodrigues foram feitas em isolamento e são fruto de momentos devocionais e longos diálogos sinceros com Deus.

Cada uma delas conta uma história, revela a percepção dos desafios e traz a lembrança de que embora muitas vezes sós, não passamos sozinhos por estes dias tempestuosos. Cristo sempre esteve ao nosso lado. Estivemos ao lado uns dos outros. Esperança à vista!

Veja o relato dele sobre a série:

Estas pinturas são uma série, mesmo não tendo o mesmo tamanho nem paleta de cores nem mesmo resultado estético, mas todas estão ligadas por fios interpretativos. Gosto de pensar nestas obras como um testemunho criativo. Um testemunho porque as telas são como notas que um investigador tomou ao pedir que alguém relatasse o que aconteceu, e está acontecendo, um relato em cores, formas, texturas. Imagine que um investigador me perguntou o que aconteceu durante este tempo de pandemia e isolamento, me entregou uma tela em branco, e estas pinturas são o meu testemunho. É criativo porque, na verdade, este relato é uma interpretação, é um julgamento dos fatos, e esta interpretação está totalmente comprometida pela esperança que tenho, a certeza de que o que acontecerá depois não é um juízo neutro nem uma criação solta, é amarrada pela liberdade de um testemunho criativo e esperançoso por meio de minha fé.

 

Este tem sido um tempo de dor, luto, medo, mas na fé nenhum destes sentimentos é puro ou simples, a experiência cristã da realidade é complexa, a dor pode ser cravejada de alegria, o medo ser preenchido com beleza, e o luto ter lugar de encontro com vida, é sobre isto estas pinturas. Ao relatar o que houve, as pinturas criaram outras situações, novos mundos começam a nascer, elas não existiam antes, agora estão aqui, o trabalho contínuo de criação de Deus é ininterrupto, e nós temos a graça de participar.

Eric Rodrigues, reverendo anglicano, e participa há oito anos de um processo de plantação de igreja em Vitória, ES, junto com a esposa, Leo, e a filha Maria. Eric conta que sempre desconfiou que a teologia e a filosofia precisavam assumir outros suportes além da escrita, foi aí que começou a pintar.

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