Finalmente no seu quarto estudo, o tema do Chris Wright foi “Obedecendo ao mandato de Deus” com base em Mateus 28.16-20. Deixou esta passagem por último justamente porque se encontra no final do Evangelho como o clímax de tudo que o precedeu. A passagem é a seguinte…

Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

Enfatizou que a passagem começa falando da autoridade de Cristo derivada e sobre todas as coisas: os céus e a terra, semelhante a postura de Paulo em Efésios 1.9-10 e Colossenses 1.16-17…

 … desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra…

 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.

E nos lembrou que participar da missão de Deus é participar de toda a missão de Deus… para todos os povos e para até mesmo toda a criação. E todas estas áreas, para Wright, pode ser resumidas a três: a edificação da igreja por meio do evangelismo e o ensino, ao serviço à sociedade por meio de ministérios de compaixão e de justiça, e ao cuidado da criação de Deus…

Primeiro, os versículos 19-20 enfatizam esta primeira dimensão da missão: a edificação da igreja por meio do evangelismo (que resulta em batismo) e do ensino. Isto está no centro da missão de Deus. Observando que Jesus (e Paulo) ensinava as Escrituras (Velho Testamento) aos discípulos conclui que o Antigo Testamento é o mais longo programa de educação teológica. Mas também enfatizou, usando o exemplo de Apolo, especialmente no início de 1 Coríntios, que a evangelização (plantar) e o ensino (regar) é uma e a mesma missão. Só dois lados da mesma moeda missionária.

Segundo, o versículo 18, a autoridade suprema de Jesus, e o versículo 20, o ensino de obedecer tudo…, são a base para o nosso serviço à sociedade. Como assim? A linguagem de v. 20 é a mesma que Deuteronômio 10.12-19 onde a ênfase é mais claramente ainda no cuidado do necessitado.

A preocupação pela justiça não deve ser vista como mera preocupação farisaica. (Mt 23.23). É uma questão de ser sal e luz do mundo (Is 58). A igreja primitiva manteve o seu testemunho forte justamente por esta preocupação com a justiça (At 4.32-38, veja Dt 15.4) e Paulo incluiu como uma das suas viagens missionárias o cuidado dos pobres (Gl 2.10; At 11.27-30).

E terceiro, o versículo 18 ecoa o primeiro mandato em Gênesis 1 de cuidar da criação de Deus. A autoridade de Jesus se deriva do céu e da terra (Dt 4.39; Cl 1.15-20; Jo 1, Hb 1). Ou seja, Ele é o Senhor de tudo e Seu senhorio é sobre tudo e Seu projeto de redenção tem como o seu alvo… tudo.

Em conclusão, a missão inteira de Deus é para toda a igreja de Deus… não apenas “especialistas” que denominamos “missionários”. Assim, a missão toda da igreja inclui cada membro, mesmo que membros específicos tem os seus papeis específicos. Desta forma o envolvimento missionário dos membros da igreja inclui sua preocupação pela vida toda.

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