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Questionando
1por Ruth Bancewicz (Faraday Institute)
Tradução: Leopoldo Teixeira (Cientista da Computação – UFPE e membro da rede Teste da Fé Brasil)
Quando eu era estudante de doutorado em Edinburgh, frequentava uma igreja que era convenientemente localizada ao lado de uma série de bons pubs. Um bom grupo costumava se encaminhar para um destes estabelecimentos após os cultos de domingo à noite. A conversa variava de um simples ‘Quem é você?’ (era uma igreja grande), às discussões sobre o sermão que acabamos de ouvir e outras questões mais filosóficas. Uma noite, me sentei ao lado de um estudante de fotografia, e quando me apresentei como estudante de doutorado em genética, ela disse algo como “Todos esses fatos e números não são para mim, eu sou uma estudante de artes.” Ao invés de apenas seguir em frente na conversa, o que teria sido infinitamente mais fácil, eu tentei explicar porque pensava que a ciência era interessante. Eu acho que ganhei aquela discussão, mas você pode julgar por si mesmo.
Uma Introdução Bem Curta à Filosofia da Ciência
1por Ruth Bancewicz (Faraday Institute)
Tradução: Giselle Fontes Botelho (Física do INMETRO e membro da rede Teste da Fé Brasil)
Algumas pessoas trabalham com o destrinchamento das suposições que os cientistas fazem, e checam se o que eles dizem combina com o que realizam. Quais são os limites da ciência? Que tipos de questões ela pode responder corretamente e quais são os principais aspectos que a definem? Esse tipo de filosofia é uma fonte valiosa de pensamento crítico e essencial para qualquer discussão sobre ciência e religião.
Explorando a filosofia da ciência [1] eu rapidamente descobri que não iria conseguir as respostas de forma fácil. Filósofos adoram discordar entre si e cientistas nem sempre concordam com o que os filósofos dizem. Eu suspeito que essa desconexão aconteça em parte porque os filósofos nem sempre gastam algum tempo em laboratórios de ciência moderna fazendo análises e em parte porque filósofos e cientistas falam em linguagens diferentes. Entretanto, algumas ideias são úteis ao pensar sobre o que é ciência. (mais…)
Evolucionismo Teísta X Criacionismo Evolucionário – Uma mera diferença semântica?
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Por Glenon Dutra, professor de Física na UFRB e membro da rede Teste da Fé – glenon.bh@gmail.com
Não faz muito tempo envolvi-me em um debate com um pastor por quem alimento um profundo respeito e que muito tem ajudado em minha caminhada como cristão. Na época eu assumia o rótulo de “evolucionista teísta” por manter a minha fé e aceitar a Teoria da Evolução. O pastor nos alertava sobre a proximidade entre o evolucionismo teísta e o teísmo aberto, mais ou menos nos seguintes termos:
1. Evolucionismo Teísta – de acordo com Grudem (1999, p.210) é a hipótese de que os organismos vivos surgiram pelo processo evolutivo tendo Deus orientado esse processo para obter o que desejava. Sugere-se que Deus interveio em alguns processos como a criação da forma mais simples de vida ou a criação do homem e que, nos demais momentos, a evolução se deu aleatoriamente e ao acaso, tal como proposto por Darwin. Há, também, variações do evolucionismo teísta que ignoram qualquer intervenção no processo evolutivo considerando todo o processo evolucionário como o processo de criação de Deus.
2. Teísmo Aberto[1] – Descrito por Baggio (2009) como uma proposição de Clark Pinnock e John Sanders:
“Numa série de livros, Clark Pinnock e John Sanders tem promovido uma visão de um Deus finito e limitado em seu poder e conhecimento. Eles afirmam que se o homem tem livre-arbítrio de verdade, então Deus não pode ordenar nem conhecer os eventos que irão acontecer no futuro. O futuro está em aberto, no sentido de ser tanto criação do homem como de Deus.”(BAGGIO, 2009)
Dez questões sobre o “Teste da Fé”: uma resposta inicial aos críticos
47por Guilherme de Carvalho
O lançamento recente do livro O Teste da Fé gerou discussões acaloradas, e perguntas foram feitas sobre a nossa identidade teológica. Há muito o que dizer, e não há como resolver isso em um único post. Então decidi organizar os questionamentos em perguntas principais, e vamos começar respondendo a 10 perguntas básicas:
(1) Qual é o propósito do projeto “Teste da Fé Brasil”?
Antes de tudo, reabrir a conversação sobre a relação entre ciência moderna e fé evangélica.
O campo evangélico brasileiro apresenta uma atitude ambígua em relação à ciência, e em geral não apresenta a estima e a valorização da vida intelectual e da vida científica que caracterizam o protestantismo clássico. No seu extremo mais fundamentalista tendemos a combinar uma leitura bíblica questionável com um uso seletivo e pragmático da evidência científica, sem reconhecer o campo científico como um campo legítimo e sem ver a ciência como uma vocação legítima para o cristão.
Por outro lado, no extremo mais “modernista” do movimento evangélico, onde ele se aproxima do que grosso modo se chama às vezes de “liberalismo teológico”, vê-se a tendência de revisar a fé evangélica sistematicamente, em termos de ideologias e cosmovisões seculares que pululam a academia moderna, apelando-se ao avanço da ciência moderna como prova de que a doutrina e as formas confessionais clássicas da fé cristã estariam ultrapassadas. (mais…)
Ciência, religião e o Mito do Conflito
1© Raphael Uchôa
Não é simples a abordagem histórica da relação entre ciência e religião. Longe de seguir certo padrão único de análise, como geralmente se traça a partir dos gregos até o século XIX, tal relação se apresenta muito mais matizada, cheia de peculiaridades que precisam ser pensadas dentro de contextos históricos particulares; e se chega a obedecer algum modelo prévio de análise, este é o da complexidade, ou do entrelaçamento entre ideias (científicas, teológicas, metafísicas, etc) e condições socioculturais.
O padrão ao qual me referi acima, que vou denominar “Dos Gregos Até Hoje” ou simplesmente DGAH, obedece a um modelo de pensamento gestado no século XIX, mas que ainda hoje mantém fortes raízes na compreensão comum da relação histórica entre ciência e religião. (mais…)
Cientistas Cristãos: embaixadores para duas comunidades
1por Mike I. Smith
Kuyper e o Conflito de Fé e Ciência
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Por Rodolfo Amorim
Não verdade não existe, segundo Kuyper, um conflito básico entre fé e ciência! Nenhuma surpresa. É que a ciência, quando tenta estabelecer a relação entre sujeito e objeto, necessita pressupor pela fé vários princípios não verificáveis racional ou empiricamente. Dentre estes estão: a autoconsciência do investigador; o trabalho acurado dos sentidos na medida em que este fornece informações reais sobre a externalidade; o funcionamento correto das leis do pensamento atuando no sujeito da investigação; fé em algo universal escondido por detrás dos fenômenos especiais; fé na vida; e fé nestes princípios gerais dos quais o sujeito procede em qualquer empreendimento científico (mais…)