Por Marcos André Fernandes

Se estamos trabalhando na dependência do Pai e com empenho, para Ele não existirá falta de resultados, posto que “a Palavra de Deus não volta vazia”(Isaías 55.11). Precisamos entender que há aquela semente que cai à beira do caminho, outra semente cai em meio aos espinhos, outra ainda em solo rochoso, porém, há aquela semente que encontra terra fértil. É necessário que entendamos que são poucas as sementes que encontram solo bom e propício (Mateus 13).

O “evangelástico” (o evangelho dos números espetaculares) é tentador! Mas sabemos que a história de missões não é escrita só com fatos espetaculares.

Em Lucas 13.34 vemos a seguinte consideração de Jesus: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!”. Ele, em sua terra, não fez muitos milagres por causa da incredulidade do povo. Também Paulo, no Areópago (Atos 17.22 – 34), apesar de tanta eloquência e unção, viu apenas alguns homens se converterem.

Em determinadas circunstâncias o apóstolo Paulo, e até o próprio Jesus, pregaram, e as suas mensagens resultaram em poucas conversões. Devemos então considerar estes episódios como fracassos?

Entendo que, por vezes, queremos que sempre ocorra algo como em Atos 2.41. Queremos os quase 3 mil convertidos em nosso caminho e história, esquecendo que podem ocorrer fatos como o narrado na história dos dez leprosos curados, quando apenas um voltou para adorar a Jesus (Lucas 17:17).

Temos, ainda, que estar atentos à nossa vaidade. Por que queremos os resultados de conversões? Porque amamos os que estão perdidos, ou porque queremos números para os nossos relatórios e relatos?

Para Deus o importante é que o Evangelho seja pregado a todas as nações (Marcos 13.10). Para nós, muitas vezes, o importante é que o evangelho produza muitas conversões, porque isso nos confere status. Muitas vezes erramos quando queremos abastecer de histórias de conversões e curas fantásticas um “público pagante” que espera “espetáculo”. Ou, no mínimo, porque ficamos receosos em frustrar as expectativas da igreja.

Devemos acalmar o coração, pregar o evangelho e esperar em Deus pelas respostas — sejam elas quais forem e no tempo que vierem

“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.” 2 Timóteo 4:1-5

Marcos André Fernandes, é missionário da IV Igreja Presbiteriana de Garanhuns, PE e atua no sertão nordestino com o Ministério Sal da Terra.

  1. Ah, meu amado…
    Converter pessoas tornou-se uma obssessão.
    Com isso, todos se esquecem de converter-se a si mesmos, poucos lembram da diária necessidade do crescimento interior.
    Tenho visto inexoráveis caçadas aos “não salvos”, ouvidos perseguidos por citações e acusações… Vazias de sentimento.
    Há uma imensa confusão sobre o que seja pregar. O termo é confundindo com “vuvuzelar no ouvido alheio”, quando significa levar a palavra através da própria vida, do reto agir, reto pensar e reto falar.
    Paz em Deus.

  2. marcelo ribeiro da silva

    eese é o grande dilema da igreja conteporanea a busca por numeros para engrossar as estatisticas, e se esquece que a sua missao é apenas pregar o evangelho com palavras ou ações, a conversão é obra do espirito santo.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *