Por Sueli Catarina

Nestes 25 anos de trabalho social fiz uma descoberta simples, mas fundamental: Ter as pessoas certas, no lugar certo, no tempo certo, é condição essencial para se ter resultados maiores e melhores do que o esperado. Há em todo trabalho bem-sucedido uma equipe capaz, comprometida, engajada e dedicada. Em todas estas equipes há pessoas especiais, fundamentais e insubstituíveis em sua prática social.

No caso do trabalho com crianças e adolescentes, essas pessoas são os educadores sociais. Como eternos aprendizes são capazes de deixar legados, de influenciar pessoas, transformar vidas e até estruturas. Muitas crianças nas comunidades empobrecidas tiveram como sua única referência esses “artistas do invisível”. Muitos adolescentes e jovens tiveram como modelo, exemplo e inspiração um educador social. Muitos homens e mulheres, jovens ou idosos, foram confortados, exortados e animados por esses propagadores da esperança. É em reconhecimento ao papel fundamental de cada educador que louvamos a Deus pela existência deles em nossos projetos e instituições.

Mas ser um educador não é uma função apenas, é muito mais do que isso; passa a ser uma vocação, um ministério, uma missão. Pode ser exercida em qualquer lugar, em qualquer tempo, mas não em qualquer condição. Necessita cuidado e atenção, pois não se nasce educador. Isto se aprende na troca generosa de saberes, na escuta acolhedora, na doação e no serviço. A cada dia se aprende, porque um educador é um eterno aprendiz. Dom Hélder Câmara, que foi um educador por excelência, dizia “Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”.

O Mestre dos mestres também nos ensina em Lucas 10.21 que há um conhecimento que nem os sábios e instruídos deste mundo são capazes de ter. Jesus agradece a Deus por tê-lo revelado aos “pequeninos” e ainda afirma que Deus teve imensa alegria em fazer isto. Os “pequeninos” a quem o texto se refere são todos aqueles que conseguem perceber que em Jesus o reino de Deus se faz real. São aqueles que aceitam a tarefa de dar continuidade à missão de Jesus. Eles estão nas favelas das grandes cidades, nos bairros, nas pequenas vilas e lugarejos do sertão, nas comunidades ribeirinhas. Levam as boas novas não somente com palavras, mas com testemunho e prática de vida. Com palavras de esperança e ações de justiça, com palavras de alegria e ações de paz.

Os verdadeiros educadores são sempre esses instrumentos vivos que fazem diferença e que deixam marcas profundas de seus ministérios entre nós. Meu querido irmão em Cristo, Lissânder Dias*, jornalista de Mãos Dadas, enviou-me uma mensagem sobre os educadores sociais que dizia: “Às vezes, valorizamos apenas os que aparecem na mídia, os que conseguem arrastar multidões, os que realizam grandes coisas. Mas Jesus valoriza o servo bom e fiel que mostra sua fidelidade no pouco. O educador social não seria esse que o mundo ignora, mas que Jesus valoriza?”.

Acho que Lissânder tem toda a razão, e por isso faço questão de registrar suas palavras neste texto. Para esses servos bons e fiéis a maior recompensa é a certeza de que estão fazendo a vontade de Deus e estão participando ativamente da construção do seu reino.

Por tudo isso, quero de forma muito sincera, agradecer a Deus pela oportunidade de conviver com verdadeiros educadores espalhados por este Brasil. Quero agradecer a vocês, educadores, pela dedicação e sabedoria. Muito obrigada, vocês são exemplos de vida e amor.

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Sueli Catarina é mãe de Igor (21 anos) e Vitor Hugo (24 anos). Ela é coordenadora da equipe de assessores de desenvolvimento transformador da Visão Mundial.

*Atualmente, Lissânder Dias é assessor editorial da UniCesumar.

Pastoral retirada da Revista Mãos Dadas, Revista de apoio aos que trabalham pela dignidade de nossas crianças e adolescentes. Ano 2008/Nº 21. Conheça a revista completa! Clique aqui!

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