Por Martin Barcala

Neste ano a Igreja Metodista lança uma campanha com o objetivo levar o tema dos Direitos Humanos para o cotidiano das comunidades locais. Para isso, o tempo do Advento foi escolhido como período no qual as igrejas terão à sua disposição subsídios litúrgicos, estudos, reflexões para diversas ocasiões.

shutterstock_317665499A proposta é trabalhar, em cada semana, um tema relativo aos Direitos Humanos, relacionando com o tema do Advento e os textos bíblicos do Lecionário. Além disso, há orações, afirmações e fé e litanias preparadas com muita atenção por colaboradores e colaboradoras da DH3RE.

A fuga para o Egito, ou como uma nação outrora inimiga acolheu a família do Senhor.

Não é preciso ser um leitor experiente da Bíblia para perceber que o Egito representou, ao lado da Assíria, Babilônia e Roma, um dos lugares mais indesejáveis para o povo de Deus. De certo modo, a própria imaginação da “Nova Jerusalém”, cidade celestial descrita com detalhes impressionantes no livro do Apocalipse, constitui-se na inversão radical dos valores adotados e praticados pelas potências políticas da Antiguidade, com destaques evidentes para Roma, Babilônia e Egito. Muitas descrições bíblicas do Egito limitam-se a uma sentença: “terra da servidão”. Evidentemente, aquele país não figurava entre os primeiros da lista de “lugares que desejo conhecer” da maioria dos judeus.

Mesmo que já bastante atenuada, a rivalidade entre Egito e Israel ainda existia nos dias de Jesus. Provavelmente, ainda estava ocorrendo o típico fenômeno, consequência da opressão, no qual a libertação das algemas não corresponde imediatamente à superação da mágoa. Contudo, a narrativa do Evangelho de Mateus 2,1-23 revela que exatamente o Egito foi o destino indicado para José conduzir sua família, fugindo da fúria opressora do rei Herodes. Por que José tomou esta decisão? Por que Deus não indicou outro lugar? A resposta é simples: porque a sobrevivência deles exigira que assim fosse. A fuga para o Egito é uma luta pela sobrevivência!

Não obstante o fato de Jesus ter sido saudado pelos magos do Oriente como “Rei dos Judeus”, sua vida começa mesmo com inúmeras semelhanças à situação das pessoas refugiadas. Sim, o nosso Senhor começou seus dias como refugiado. E, na verdade, não viveu em condições muito diferentes no restante da vida…

Tomando a narrativa da “Fuga para o Egito” como referencial bíblico para nossa relação e opinião a respeito das pessoas refugiadas, o que podemos concluir como conduta desejada por Deus e adequada para nós no tratamento destas pessoas?

 


Baixe o estudo completo “Adolescentes – De refugiado a Senhor: algumas considerações sobre a biografia de Jesus e a situação dos que buscam refúgio hoje” (AQUI!)

Baixe outros materiais da campanha (AQUI!)

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