Por Eliad Dias Santos

Cristo deu a sua vida por nós. Por isso nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos. 1 João 3:16

pipaPARA INÍCIO DE CONVERSA
Edson Rogério Silva dos Santos. Ele tinha 29 anos quando foi assassinado com tiros por homens encapuzados. Outros jovens como ele foram vítimas de uma onda de assassinatos ocorridos entre os dias 12 e 16 de maio de 2006 que ficou conhecida como os “crimes de maio”. O episódio foi uma reação de grupos de extermínio com a participação de agentes do Estado a ataques. A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. Todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são mortos. A taxa de homicídios entre jovens negros é quase quatro vezes a verificada entre os brancos, o que reforça a tese de que está em curso um genocídio da população negra. Essa é uma das constatações do Relatório final CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens.

 

NA REAL
Ao acabarmos o nosso culto ou aula quantos jovens negros estarão mortos? Quantos jovens negros fazem parte da minha comunidade de fé? No Brasil e especialmente nas igrejas existe uma “dificuldade” em se falar do racismo, da exclusão. “Somos todos iguais, somos todos seres humanos, filhos e filhas do mesmo Deus e todo “mundo” sofre algum tipo de preconceito e bla, bla, bla.

Com tais discursos, anula-se a perspectiva de pensar, refletir sobre o racismo e o genocídio da população negra. Usar o texto de Paulo Gálatas 3:28: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Não resolve, porque não somos todos iguais, não neste mundo!”

As comunidades não têm coragem em aprofundar a questão racial, por ser “algo espinhoso”, o espinho na carne em admitir que somos sim racistas e excluímos. Não termos a coragem em admitir a nossa dificuldade em lidar com as diferenças, de etnia, de orientação sexual, do machismo e misoginia. Acreditamos, que falar do racismo é tão importante quanto falarmos sobre branquitude. Branquitude refere-se à identidade racial branca, a branquitude se constrói. A branquitude é um lugar de privilégios simbólicos, subjetivos, objetivo, isto é, materiais palpáveis que colaboram para construção social e reprodução do preconceito racial, discriminação racial “injusta” e racismo.

As reproduções de imagens das figuras brancas nas escolas dominicais contribuíram na perpetuação do racismo; do não ver o outro como semelhante. Sabemos que Jesus não era loiro ou moreno de olhos claros, mas insistimos em personificar o divino como “algo mais claro que a neve”, pois assim o nosso coração ”preto” se torne alvo, livre dos pecados.

Não é discurso de vitimização, não é questão de meritocracia, mas sim de enfrentamento aos nossos pecados no não enfrentamento a questão. O advento, o momento da chegada, deve ser um momento não só de reflexão, mas de “compromisso com o Cristo do evangelho”. João 10.10 diz “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Que neste momento, cada um e cada uma de nós possa se comprometer não apenas a orar pela juventude negra, mas, a dar nossa vida, nosso tempo, nossas ações para nossas irmãs e nossos irmãos negros.

 


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