segundasPor June Ribeiro

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”, que significa “Deus conosco”. Deus prometeu em Isaías 7:14 e cumpriu em tempo oportuno. Jesus veio ao mundo para cumprir um ato sacrificial e este já seria suficiente para a nossa salvação. Mas a profecia também revela o extraordinário: Ele veio compartilhar da experiência humana, não apenas das belas e prazerosas, mas esteve perto e nos deixou um modelo de sensibilidade e presença efetiva nas piores dores e mazelas.

Quando nós, educadores e pastores enfrentamos o desafios de conviver com barriguinhas vazias e olhares famintos, podemos olhar para o exemplo que Cristo nos deixou. Não apenas nas Suas Palavras, mas nos Seus atos de amor.

2011.04.07_Rebusca_retratos_Viçosa_D700-2564A primeira vez que uma criança se alimenta é através do cordão umbilical, de onde recebe os nutrientes necessários à sua formação e desenvolvimento. Ao nascer, se alimenta do leite materno e estas duas formas do ser humano se alimentar foram maravilhosamente planejadas por Aquele que nos criou. Ambas pressupõem o envolvimento, a presença do outro pois, tanto na vida intrauterina, quanto no aleitamento, a criança “come” daquilo que foi produzido no e pelo corpo da mãe.

A presença do Pão Vivo na vida dos pequeninos famintos, em um contexto de pecado e distorção familiar e social, se dará através da placenta do educador que se doa, que está ligado emocional e fisicamente à criança deixando fluir sua própria vida e energia. O educador que dá o peito, entumecido de leite e de afeto. Porque toda criança que perambula faminta de pão também perambula faminta de amor. Sem medo de errar, ainda que seja um grande desafio, penso que é mais fácil suprir a fome do corpo do que a fome da alma que também leva à desnutrição e à morte.

Ele, que experimentou a dor de ser gente, carregou crianças no colo e as alimentou no meio da multidão. Deus mesmo toma a iniciativa de dar o peito e de se colocar no lugar da mãe, quando diz “…ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de ti” (Is. 49:15 e Sl.131:2).

Num país marcado pela violência e contradições o Emanuel deseja se fazer presente pelo peito e pelo pão. Ao dar de comer às crianças, o educador necessariamente terá de doar o Pão do qual ele mesmo se alimenta e que circula pelo seu corpo, alma e espírito. O único suficiente e eficaz para torna-lo forte em sua missão. O Deus presente nas vilas e guetos da Palestina estará conosco nos semáforos, nos abrigos, nas favelas e por todos os cantos deste país, através da vida de cada educador.

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