segundas-1024x231Por Vanderlei Schach

Respondeu Maria: “sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra”. Então o anjo a deixou (Lc 1.38).

O Dr. “Lucas, médico amado” (Cl 4.14) descreve a situação de duas mulheres grávidas. A descrição encontra-se em seu evangelho 1.26-56. Ao observar a descrição bíblica, alguns fatos saltam aos olhos. Primeiramente, Isabel era idosa e estéril (1.7). Seu marido Zacarias era sacerdote e também já idoso. “Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor” (Lc 1.6). Enquanto Zacarias servia a Deus como sacerdote no templo, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe prometeu um filho, porém Zacarias duvidou da palavra de Gabriel e ficou mudo. No lado oposto, está a virgem Maria, ainda solteira, embora estivesse comprometida com seu noivo José, comprometimento que em caso de infidelidade por parte da mulher poderia gerar uma carta de divórcio motivada pelo noivo. A mesma promessa que Gabriel havia dado a Zacarias, também deu a Maria, contudo, quando Isabel já estava no sexto mês de gravidez (Lc 1.26).

2013.03.26_Asas_de_Socorro_Sabina_PA_D700-23O segundo fato que chama atenção é que, após a visita do anjo Gabriel, Maria está perplexa, abrigando em seu coração a promessa divina e em seu ventre aquele que viria a ser nosso Salvador. Mesmo como feto, ele já foi saudado e adorado por Isabel quando Maria chegou à casa dela para visitá-la. Daí pode-se imaginar quanto assunto as duas mulheres grávidas tinham em comum e diferente para conversar. Mas o que Maria está buscando? Maria está em busca de comunhão. Parte para as montanhas certa de que seria mãe, pela fé em Deus. Talvez a sua mãe ou seu pai já havia falecido e mais a vergonha da gravidez (para aquela época) a faz buscar alguém confiável. Provavelmente seus familiares e amigos a expunham ao ridículo. Ela não sofreu de mudez como Zacarias, mas sua situação era de opróbrio. A solidão para Maria poderia lhe parecer traumática. Porém, ela sabe que a comunhão entre pessoas da mesma fé e experiência lhe traria consolo para a alma atribulada. Enquanto isso, Zacarias de lábios cerrados, apenas ouvia e via a fé e a alegria que as duas compartilhavam por “cerca de três meses” (Lc 1.56).

Em terceiro e último lugar, a descrição do Dr. Lucas aponta para a gratidão de Maria a Deus. Ela compõe um cântico de louvor a Deus (Lc 1.46-55) relatando tudo o que sabe e sente sobre ele. Ela adora a Deus a partir do desfecho das promessas. Os salmos citados no cântico são para ela como a fonte de louvor, gratidão e adoração. A primeira estrofe do cântico diz que Deus olhou para a humildade da sua serva (Lc 1.48). Esse olhar divino é para Maria como auxílio aos desgraçados e que não vale apenas para ela, mas para nós como pecadores também. Ela mesma se autodenomina como serva ou escrava, para ser mais específico, ou seja, no papel maternal ela reconhece a graça de Deus e a importância de ser mãe do Salvador. Ela também entende que Deus fez grandes coisas para ela, que aos seus próprios olhos era insignificante para a sociedade da época. Ela também percebe que ele dispersou os orgulhosos, derrubou governantes, alimentou pessoas famintas e deixou os ricos sem nada. Para Maria, Deus é um Deus que inverte situações difíceis em boas.

Destas duas situações de gravidez pode-se concluir que a bênção sempre vem do maior para o menor (veja Hb 7.7). Não importa quanto o menor se ache insignificante, para Deus tanto pessoas idosas como crianças são de grande valor. Até mesmo fetos no ventre das suas mães são usados por Deus para mostrar o cuidado do Criador com sua criatura. Não importa a situação da pessoa, ele transforma problemas em bênção, por isso ninguém deve pensar que veio ao mundo por acaso, por descuido ou por acidente. O cuidado das pessoas, principalmente as crianças, acontece por meio de outras pessoas consagradas a Deus. Isto é, a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Esta saberá dar atenção a quem necessita, assim como aconteceu com Isabel e Maria. A comunhão entre pessoas cuidadoras nos fortalece porque Deus, apesar da sua grandiosidade é um Deus protetor, provedor e que cumpre as suas promessas na vida das pessoas. Ele tem todo o poder para mudar destinos de pessoas sem esperança, transformar o mal em bem e cumprir suas promessas na vida de todos, principalmente daqueles que se acham sem valor.

 

Questões para reflexão:

  1. O que seria da humanidade se Maria tivesse abortado o Filho que estava em seu ventre gerado pelo Espírito Santo?
  2. De que forma adultos podem proteger fetos e crianças para que Deus cumpra suas promessas?

 

  1. Mãos Dadas já ouviu falar deste programa aí?
    http://www.mds.gov.br/brasilsemmiseria/brasil-carinhoso

    É o chamado AÇÃO BRASIL CARINHOSO. O programa do governo federal ajuda crianças de 0 a 6 anos com pelo menos R$ 70 reais por mês.

    É o programa perfeito para a paternidade [i]rresponsável. O lema bem poderia ser, “o prazer seu é a responsabilidade nossa”. Ou, ‘faça’ que o governo ‘garante’.

    É uma maneira muito tupiniquim de ‘melhorar’ ainda mais a expressão “quem gerou Mateus que o embale”.

    Agora na nova versão up-dated de “você faz e a gente embala Mateus”. Afinal, o Estado é ou não um pai?

    Há quem ache que o programa é para ajudar crianças abandonadas, entregues à própria sorte.

    Como no Brasil as coisas podem sempre ser melhoradas, o programa veio justamente para ajudar a turma que aos 16 anos já fizeram uns dois filhos nas ‘minas’ de 12-14 anos.

  2. 1. Si María não soportase as críticas e responsabilidades de gestar e criar o Filho de Deus e abortase sem dúvida que sería um fracaso dos planos de Deus. Mas Ele é Soberano e não acho q iría permitir tal ação.
    2. Muitas vezes vemos q os propios pais de jovens q conceberão uma gravides aconcélhão e até obrigam um aborto. Um feto é um ser humano ya definido e si como adultos não se da devida importancia para os mesmos a tal ponto

    • Ricardo, se eu fosse médico e tivesse que escolher — admitindo que seja uma situação sine qua non — entre mãe e filho, o que você sugeriria?

      Vou te dar uma dica, a lei disse que eu posso ‘sacrificar’ o feto (a criança) para salvar a mãe. E vc, o que faria?

      Pense assim também: vc é casado ou solteiro? Admitindo que és casado e a sua mulher estivesse grávida e abortasse, você chamaria isso de o quê, exatamente?

      Que tal, aborto espontâneo? Ou vc prefere “homicidio culposo” com o dedo de Deus empurrando o feto para fora?

      A propósito, Paulo o apóstolo considerava-se um aborto da fé. Talvez o aborto fosse comum na época dele ao ponto de usar o termo para falar de si próprio.

      Pense um pouquinho, que tal?

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