segundas-1024x231por Vanderlei Schach

Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza, por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo que busca a vingança (Sl 8.2).

Vivi

Deus constrói a história da salvação a partir de crianças (…)

Ultimamente a mídia tem destacado vários crimes contra as crianças. Crimes praticados por adultos. Num ambiente onde se reivindica o aborto (em relação ao aborto, o Código Civil, Artigo 2º, preconiza: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”) como direito, mães jogam seus recém-nascidos no lixo, em qualquer lugar. Crianças são jogadas pela janela de edifícios. Ou ainda o caso do menino boliviano que, após entregar suas economias aos assaltantes que invadiram sua casa, foi morto com um tiro na cabeça, mesmo implorando aos bandidos que não o matassem. Outros são assassinados com overdose de medicamentos ou drogas.

Contudo, na Bíblia não é assim. Nela as crianças têm destaque especial. Em muitos textos da Bíblia as crianças aparecem impactando fortemente a estrutura social da época. Por outro lado, também as crianças sofrem com a miséria e a pobreza na sociedade antiga.

A primeira ordem para Adão e Eva é: “Sejam férteis e multipliquem-se” (Gn 1.28). Em outras palavras, eles deveriam ter nenês. Deus constrói a história da salvação a partir de crianças, mais precisamente nenês. A grande preocupação dos patriarcas em Gênesis era ter filhos. Abraão, homem de fé, somente se sentiu realizado com o nascimento de Isaque. Quando Rebeca, mulher de Isaque, teve dificuldades para ter filhos, Deus interveio e nasceram dois nenês: Esaú e Jacó (Gn 25.21). Deus gosta de nenês.

Segundo a Teologia do Nenê de Luiz Sayão, “a história da redenção divina poderia concentrar-se em batalhas ou em visões apenas, mas Deus faz questão de mostrar a primazia do nenê. Toda vez que alguma coisa especial vai acontecer lá está, adivinhe, o nenê” (SAYÃO, 2013, p. 11). Alguns nenês apresentam uma história especial, até mesmo de sobrevivência. Esse foi o caso de Ismael, filho de Abraão com Hagar, a egípcia e serva de Sara, mulher de Abraão. Outro caso de sobrevivência foi Moisés. Seus pais desafiaram a legislação da época e casaram e tiveram filhos. “Um homem da tribo de Levi casou-se com uma mulher da mesma tribo e ela engravidou e deu à luz um filho […]” (Êx 2.1). Moisés foi salvo do rio Nilo para redenção de um povo. Assim cada criança que nasce tem valor singular para Deus, mesmo que seja filho de gravidez indesejada pelos pais. Evidentemente cada ser humano é responsável por suas decisões, porém para Deus nada foge do controle, ele nunca é pego de surpresa. Por isso cada criança precisa ser amada, ouvida e protegida. Lembremos que Deus usa pessoas de boa índole para proteger as crianças. Assim, tudo o que é realizado em prol da proteção e desenvolvimento das crianças tem valor incalculável diante de Deus.

Questões para reflexão:

  1. O que leva uma mãe a abandonar seu filho ainda nenê?
  2. Como crianças abandonadas podem ser auxiliadas e protegidas?

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vaVanderlei Schach, é casado com Aline e tem dois filhos: Daniel (9 anos) e Samuel (7 anos). Fez mestrado em Novo Testamento e doutorado em Teologia Prática, é também pesquisador de crianças em situação de vulnerabilidade social e afetiva, pastor e professor na Faculdade Batista Pioneira de Ijuí – RS. Vanderlei e Aline ministram capacitações para pais e líderes de ministério infantil.

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