Passeando entre as interpretações do filme “A Árvore da Vida” de Malick topei com essa (no “Uol Entretenimento”):

“Se há um perigo a respeito de “A Árvore da Vida” é ser interpretado como um filme religioso, o que não é – muito embora Malick situe-se em território bem mais espiritualista do que Lars Von Trier e seu “Melancolia”.”
Perigo? Como assim “Perigo”? Que tipo de “perigo”?

“Sem dúvida, a religião faz parte da própria formação dos personagens – e não se esqueça que Waco foi o palco de uma tragédia de fundo religioso em 1993, culminando com a morte de 76 integrantes de uma seita fundamentalista cristã liderada por David Koresh.”
Ah, sim. Perigo porque religião lembra fundamentalismo, que lembra terrorismo. Waco = fundamentalismo cristão = religião = interpretação religiosa do filme.
“Entretanto, se o filme de Malick tem algum fundo espiritual, ou seja, anseia explorar além da matéria, é muito mais filosofia do que religião. Mas sempre haverá quem pense o contrário, especialmente numa sequência em que Sean Penn revê os personagens de seu passado numa praia. Aí, porém, a psicanálise parece uma referência melhor.”
Psicanálise. Tinha que ser a psicanálise. A melhor forma de um secularista desviar a atenção de sua sede de Deus.
Agora me digam: com a mente tão “poluída” assim contra a religião, tem jeito de um secularista entender Malick?
Acho que o medo de ver Deus na beleza da arte é tão grande que alguns críticos acabam arrancando os próprios olhos. Mas eu entendo: é tentação demais para uma pobre alma secular.