5/31 | Sinal divino!
Vivemos em um mundo complexo.
Por conta disso, praticamente tudo o que nos cerca necessita de regulamentações e especificações. As relações trabalhistas, o trânsito, os equipamentos eletrônicos, e até o casamento se cercam de normas e regras que buscam definir papéis, dar garantias, gerar certezas.
Esse fato é potencializado pela insegurança humana. Afinal, quem de nós, pelo menos uma vez na vida, não se deu mal por não ler adequadamente um contrato, não dar atenção às placas de sinalização, não levar a sério uma bula de remédio?
Temos a tendência de transferir esse quadro para a relação com Deus.
Nossa vida com ele, se não tivermos cuidado, será regida por uma série de estipulações e contratos. Tornamo-nos legalistas. Passamos a exigir direitos como se Deus estivesse obrigado, por força contratual, a nos atender. E, o que é o pior, muitas vezes nem nos damos conta disso.
Para além da falta de fé, essa é uma visão profundamente equivocada que desconsidera o fato de que, antes de pensarmos em Deus, ele pensou em nós. Antes que o amássemos, ele nos amou. E que a relação que temos originou-se no chamado divino.
Por vezes, a falta de compreensão sobre a vida com Deus é tão grande que alguns se julgam no direito de exigir sinais a ele. “Se Deus quer que eu me case com tal pessoa, que me dê um sinal”. “Se Deus deseja que eu fale de evangelho para meu amigo, que ele me conceda um sinal”. “Se Deus quer que eu vá à igreja, que me envie um sinal do céu”. Esse linguajar está muito próximo daquele utilizado por Satanás ao tentar Jesus (Mt 4.1-11).
Entretanto, há momentos em que o próprio Deus não apenas se dispõe, mas decide a nos dar sinais. O texto de Isaías 7.14 é um deles. Acaz, rei de Judá, estava aflito porque Síria e Israel se uniram para destruir Jerusalém. Deus, por sua vez, assegura que os inimigos do rei seriam derrotados e permite que Acaz peça um sinal que de isso se realizaria. O rei, temeroso, rejeita fazê-lo. Deus, então, por intermédio do profeta, afirma que daria um sinal de que tal aconteceria: a virgem conceberia e daria à luz um filho que seria chamado de Emanuel.
Sabemos como o Novo Testamento atualizou o texto de Isaías. Mateus 1.23 atribui a Jesus Cristo o título e o papel de Emanuel: Deus conosco.
Diante das dificuldades e complexidades da vida, em lugar de pedirmos sinais da bondade de Deus, é necessário que vejamos o sinal já dado a nós: Jesus Cristo. Ele é o grande, o maior sinal de que Deus está conosco. Jesus, Emanuel, sinal maior do amor de Deus neste Natal!
Você conhece a Cantata Luz? Uma obra belíssima sobre a vinda do Salvador. Ouça a canção “Profetas”, de Guilherme Kerr e Jorge Rehder, e medite sobre a importância do nascimento de Jesus para a história da humanidade. A voz que interpreta a canção é a de João Alexandre, simples, preciso e digno. E embora o vídeo atribua os créditos apenas ao Guilherme Kerr, não se pode esquecer do Jorge Rehder! http://www.youtube.com/watch?v=1fnm-pMiaKw
João Leonel