NativityLeia: Isaías 11.1-9

Em contraste com os reinos deste mundo, movidos pela força das armas e garantidos pelas articulações políticas, o profeta Isaías anuncia a vinda do Reino do Filho de Davi, o Reino do Messias. Muitos filósofos e poetas sonharam utopias, sistemas políticos funcionais, lugares encantados onde tudo seria perfeito, ignorando é claro a força do pecado que atua na natureza humana. Esse sonho alimentou algumas revoluções e criou muitos heróis e muitos planos frustrados em toda parte deste mundo: repúblicas democráticas, repúblicas ditadas pelos sábios, como as que desenharam Platão e Thomas Morus, experiências anárquicas, até mesmo o Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, verdadeiras reconstruções de uma sociedade aparentemente sem conflitos.

Isaías fala de um sonho maravilhoso que pouco a pouco vai tomando forma na cultura judaica: o sonho de um Reino de Deus. O diferencial entre o Reino de Deus e as demais utopias é que o Reino de Deus acontece por manifestação direta do Eterno, e não por esforço ou planificação humanos. O Reino de Deus não estabelece castas sociais nem reprime liberdades, não surge de acordos políticos nem de pactos sociais. Ele nasce da esperança teimosa no poder que o Senhor tem de recriar céus e terra conforme a sua vontade.

O Reino de Deus se torna presença com a chegada do menino Jesus, torna-se pleno e dramático no momento da crucificação, torna-se narrativa boa que se espalha pelo mundo afora, liberta, redime, transforma, faz pulsar corações e tremer impérios. A esperança do Reino divino resiste às repressões políticas, aos planos de extermínio e sobrevive à sedução do poder, tornando-se dissidente quando a corrupção invade sacerdotes e crentes. Essa esperança alcança o nosso tempo e continua apontando inquietamente para o futuro, para o retorno de Jesus e a implantação do Seu Reino, que não pode se compara a nada do que é deste mundo.

Os sinais do Reino são muitos, as bênçãos que ele traz transcendem valores políticos ou interesses internacionais. O Salvador será cheio do Espírito Santo e receberá dele inúmeros dons, como a sabedoria, o conhecimento, a competência, o poder, o temor do Senhor e o conhecimento da vontade de Deus. Esse Reino trará plena justiça para os necessitados do povo, para os pobres, os esquecidos, incluindo a completa punição dos maus e a eliminação de todo foco de corrupção.

O Reino de Deus será também caracterizado pela paz plena entre povos e nações, e até mesmo entre homens e animais. Mais do que paz, será um reino de harmonia, onde a violência será completamente superada. Para que isso ocorra, é preciso um recomeço, uma obra de restauração, é preciso regeneração completa de todas as coisas.

Finalmente, o Reino será marcado e assinalado pela glória de Deus, que se espalhará por toda a terra, que se dará a conhecer e encherá cada recanto deste universo. A fé no Menino que implanta o Reino nos põe em movimento e nos faz desejar a mudança das coisas.

Jorge Camargo escreveu uma belíssima canção sobre o Menino e o Reino. A canção se intitula “Seus”. Ouça. Medite. Ore. http://www.youtube.com/watch?v=npbrNVp1t9M

Gladir Cabral

 

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