O amor
A profundidade do pensamento de Kierkegaard é aqui ultrapassada pela profundidade do tema.
Como se pode dizer algo correto sobre o amor, se Tu fores esquecido, ó Deus do Amor, de onde vem todo amor no céu e na terra; Tu que nada reténs, mas a tudo dás em amor; Tu que és amor, de modo que aquele ama só pode amar estando em Ti! Como se pode dizer algo correto sobre o amor, se Tu fores esquecido, Tu que revelaste o que é o amor, Tu nosso Salvador e Redentor, que a Ti mesmo te deste para salvar a nós todos! Como se pode dizer algo correto sobre o amor, se Tu fores esquecido, Tu Espírito do Amor, Tu que não te diminuis em nada a Ti mesmo, mas trazes à mente aquele sacrifício de amor, fazes lembrar o crente de amar como ele é amado, e ao próximo como a si mesmo! Ó Amor Eterno! Tu que estás presente em toda parte, sem nunca deixar de dar testemunho sobre o amor, ou sobre as obras do amor. Pois certamente há alguns atos que a linguagem humana particularmente e estreitamente chama de atos de amor; mas no céu é certamente verdade que nenhum ato pode ser agradável se não for um ato de amor; sincero em sua renúncia, uma necessidade de amor e, por isso mesmo, sem reivindicar mérito (Soren Kierkegaard, Works of Love, p. 4).