embaubar
Você já ouviu falar de uma árvore chamada embaúba? Ela é típica da Mata Atlântica. É classificada como uma árvore pioneira, pois depois de um desmatamento ou de um incêndio na floresta, é a primeira espécie a ressurgir. Cresce rapidamente, dá frutos que alimentam pássaros, bichos preguiças e até formigas se aninham em seu tronco. Árvore teimosa, generosa e resistente, tornou-se símbolo de um grupo de semeadores culturais que conheci em Viçosa (MG): o grupo cênico ART490.
Eles promovem encontros para divulgar, mostrar e debater a arte brasileira. Como não poderia deixar de ser, a cultura mineira é um dos ingredientes fundamentais dos encontros culturais chamados de “Embaubar”. Ali se pode compartilhar muita música, poesia, dança, pintura e fotografia, num ambiente de muita sensibilidade, amizade e emoção.
Eu tive a honra de ser convidado pelo grupo para o II Embaubar. Um privilégio que jamais esquecerei. Num ambiente de muita concentração, ouvi poemas inesquecíveis, canções de Milton Nascimento, canções de Liz Valente e Zilbinho. Compartilhei canções, ainda que totalmente rouco e ensurdecido por um resfriado sem tamanho. Compartilhei também o projeto do Museu da Infância, desenvolvido em minha Universidade (Unesc) e do qual façoparte com muita alegria (www.museudainfancia.unesc.net). Ali pude cantar algumas canções falando de Minas, amigos, memórias, infância, Brasil.
Ali também ouvi uma canção belíssima: “Menino da Pipa”. Carregarei para sempre comigo a memória dos dias passados em Minas Gerais. Carregarei a lembrança das faces, das vozes, os olhares de tanta gente jovem, inteligente, cheia de inspiração e amor pela vida. Alguma coisa me diz que eu também sou Minas Gerais.
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Menino da Pipa
(Liz Valente & Lucas Rolim)
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Ô Menino vem cá
Menino da pipa amarela o céu, vasto céu, é o seu mar
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O pouco que tem divide comigo
Da repartição tudo pode virar
Um prato mexido, farofa, feijão
Ideias à mesa amizade à mão
Do café passado no passar dos dias
Da minha varanda eu reparto o quintal
Da minha vontade… Tudo o mais!
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O vento é chão pra sonhos se ter
Seu pé tem raiz nessa terra seu lar
O muito que sonhas divide comigo
Um caminho trilhado sem solidão
De suas histórias eu bem que conheço
Sua pipa amarela é Minas Gerais
É vôo de muitos Brasil… Em um só lugar
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Ó Minas Gerais
Ô Menino vem cá
Ó Minas Gerais
Ô Menino vem cá
Quem te conhece não esquece jamais
Menino da pipa amarela o céu, vasto céu, é o seu mar
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Mauricio
Faltou teatro nesse encontro :/
Gladir
Tem razão, Mauricio. Foi o que faltou.
Lissander
Suspeito que todos nós somos um pouco mineiros, e só descobrimos isso quando pisamos em Minas.
Querido amigo Gladir, foi uma grande alegria tê-lo conosco! Volte sempre.
Lissânder (paraense, mas meio mineiro desde 2001).
Liz
Foi tudo muito bom. Achei que faltou dança na verdade. Porque o teatro estava tão bem representado.. A começar com o cenário do local.
Minas é bandeira é caminhar tranquilo, sorrindo pras montanhas. São todos bem-vindos aqui.
Meu amigo paraense e esse catarinence que nos cativou.
‘bráss’
Meire
linda a música!