Assim oram as almas no Purgatório de Dante:

“Ó Padre nosso, que estais no Céu,
não para te confinar, mas por maior amor
aos Céus e aos Anjos,

toda a criatura louve o teu nome
e a tua potência e te dê graças
do amor que lhe demonstras.

Faz descer sobre nós a paz do teu reino,
pois que nós não podemos nada
para conseguir isto por nós mesmos.

Como dos seus desejos te fazem sacrifícios os Anjos,
que no Céu cantam hosana,
assim façam sobre a terra os homens.

Dai-nos hoje o pão quotidiano,
sem o qual por este áspero deserto
quem mais quer avançar mais se desvia.

E como nós perdoamos a cada um o mal que temos
sofrido, também tu perdoa benignamente sem olhar
aos nossos escassos méritos.

Não ponhas à prova com as tentações diabólicas
a nossa virtude, que é facilmente vencida pelo grande
inimigo, mas livra-a do Diabo que a impele ao mal…”

(Dante Alighieri, A Divina Comédia, II.xi)

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