SÉRIE REVISTA ULTIMATO
Artigo: Ainda que… de Ricardo Barbosa, Ultimato 389
Texto básico
Salmo 27
Textos de apoio
– Isaías 49.14-15; 63.15-16
– Lamentações 3.21-26
– Salmos 103.13
– Salmos 62 5-8
– Romanos 8.28-39
– 1 Pedro 1.3-6
Introdução
“Onde está o teu Deus?”, eis a pergunta que ressoa “o dia inteiro” aos ouvidos dos salmistas, filhos de Coré (Salmo 42. 3, 10). Embora, talvez, esta pergunta não venha ao nosso encontro audivelmente, pronunciada pelos “inimigos”, ela pode ser “soprada” em nossos ouvidos pelas contingências e lutas da vida, desafiando a nossa fé (confiança) e chacoalhando as estruturas da nossa segurança em Deus.
Esse questionamento, em forma de pensamento, pode surgir em qualquer fase de nossas vidas, e precisa ser não reprimido, mas enfrentado e vencido. Há um dito dos chamados “Pais do Deserto” (monges cristãos primitivos que viveram nos desertos do Egito, da Palestina e da Síria, entre os séculos IV e VI), que fala sobre isso: “Um irmão veio ao Patriarca Poimen e disse: ‘Pai, tenho diversos pensamentos e, por meio deles, incorro em perigo’. O patriarca levou-o para fora e disse-lhe: ‘Espalhe seu manto e segure o vento!’ Ele respondeu: ‘Não me é possível’. Então disse-lhe o velho: ‘Se você não é capaz disto, então não é também capaz de impedir que seus pensamentos o acometam. No entanto, é sua tarefa resistir a eles’”*.
E um dos exercícios recomendados por esses “Pais”, para a luta contra os “pensamentos e insinuações interiores que pretendem desviar do caminho verdadeiro”, era a memorização e recitação de textos das Escrituras Sagradas que avivassem na mente e no coração a certeza sobre a Pessoa e a obra de Deus. Como fazem os filhos de Coré, ao conversarem com a própria alma: “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” (Salmo 42. 5, 11; 43. 5).
No presente estudo, tentaremos aprender com Davi sobre esta “arte” de exercitar nossa confiança em Deus, nutrindo nossa esperança com a certeza de que o cuidado do Senhor estará sempre próximo, apesar dos nossos medos e incertezas.
*citado por Anselm Grun, em Pureza de Coração: caminhos para a busca de Deus no antigo monaquismo, Editora Vozes, 2016, p. 51.
Para ler o estudo bíblico na íntegra, acesse a edição 389 da revista Ultimato.