Quando o perfume perfuma
1. O crente é sal para a humanidade quando tem uma linguagem sadia — não mentirosa, não caluniadora, não bajuladora, não agressiva, não obscena.
2. O crente é luz para o mundo quando realiza transações honestas, não assume débitos que não pode resgatar, paga suas contas no prazo certo, desculpa-se quando precisa adiar o pagamento de uma dívida, não emite cheques sem fundo, não aceita suborno de espécie alguma, sabe controlar seus gastos, não faz do dinheiro o seu deus, não é sovina.
3. O crente tem credibilidade quando é autêntico, não lava apenas o exterior do prato, não tem duas caras nem duas medidas, quando se compromete “a viver o que prega e deixar de pregar o que não vive”.
5. O crente é uma carta de apresentação do próprio Jesus quando faz as boas obras preparadas por Deus (Ef 2.10), quando evidencia a verdadeira fé pelas obras (Tg 2.17), quando vive entre os gentios de maneira exemplar por meio de boas obras (1 Pe 2.12).
6. O crente tem autoridade quando zela pelo equilíbrio religioso nas convicções pessoais, no comportamento e no anúncio do evangelho, quando não pede fogo do céu para destruir os incrédulos, quando não sobrecarrega os novos na fé com exigências desnecessárias (At 15.28), quando não marca o dia da volta de Cristo e do fim do mundo, quando não evangeliza por meio da espada e do “santo suplício”.
7. O crente é coerente quando tem envolvimento social, toma o partido dos oprimidos e não dos opressores, vota contra leis injustas, denuncia a discriminação seja ela qual for, se preocupa com a fome, a exploração sexual, o menor abandonado, o sistema carcerário, o neocolonialismo, o narcotráfico, a reforma agrária, a guerra, a guerrilha.
8. O crente se impõe quando tem casamento estável, sem aventuras adulterianas de ambas as partes, quando zela pelo matrimônio e pela família, pois “se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?” (1 Tm 3.5). E, se é solteiro ou solteira, cuida da pureza sexual.
Se pelo menos a maioria dos cristãos exalasse o perfume de Cristo onde vivem, não haveria tantas teorias e tantos livros sobre o crescimento da igreja. O crescimento seria natural, maior, mais consistente e de melhor qualidade.
Texto originalmente publicado na edição 286 de Ultimato.
EDUARDO
Tive o grato prazer de receber o pastor Wildo (Missão Vida) e esposa por três dias. Entre um prato saboroso de camarões e outro, indaguei-lhe, “o que você acha da igreja evangélica hoje?” A resposta veio na bucha: “cresceu demais, e ficou do mesmo tamanho”. Ou, por outra: o que ela tem feito não faz muita diferença.
Li o Élben agora. A tragédia deste discurso (as observações isoladas, pontuais estão corretas) é que ele é insuficiente como foi no passado onde não beber, dançar e fumar, eram comportamentos de protestantes ou crentes, como se chamavam, que não tem muito efeito hoje.
Conheço uma empresa, CNPJ e tudo mais, que para supostamente se defender de uma ação judicial em Minas Gerais fez o papel do Judas.