Ladrões de coração
A lista dos que roubam é enorme: os ladrões de galinha, os ladrões de gado, os ladrões de jóias, os ladrões de terras, os ladrões de automóveis, os ladrões de dinheiro e assim vai. Mas em nenhuma lista constam os ladrões de coração. Porém eles existem e são numerosos.
Um dos mais bem sucedidos ladrões de coração chamava-se Absalão, um rapaz muito bonito e de vasta cabeleira. Aproveitando-se do escândalo e da queda de popularidade do rei Davi, Absalão começou a furtar do pai o coração dos homens de Israel. Pouco a pouco, a população foi perdendo o entusiasmo por Davi e se aproximando cada vez mais de Absalão, graças ao seu inflamado e falso discurso em favor da igualdade e da justiça: “Ah! Quem me dera ser juiz na terra [em lugar de meu pai]! Para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça”. Assim — afirma o texto sagrado — Absalão “furtava o coração dos homens de Israel” (2 Sm 15.1-18).
Ao cabo de quatro anos, quase todo o povo não pertencia mais a Davi e, sim, a Absalão. E o rei teve de fugir de Jerusalém.
Os ladrões de coração não atuam apenas na área política. No que diz respeito à família, há mulheres que roubam corações de homens casados e homens que roubam corações de mulheres casadas. São esses ladrões de coração que provocam a maior parte de adultérios e de separações. Com um convite para jantar, ou com um buquê de flores, ou com uma amabilidade exagerada, ou com um mimo qualquer — um homem pode furtar para si o coração de uma mulher que já tem dono. Semelhantemente, com uma roupa um pouco mais sensual, ou com algumas lisonjas na boca, ou com olhares comprometedores — uma mulher pode furtar para si o coração de um homem que já tem dona.
A lei não prevê essa sutil modalidade de roubo. Não obstante a consciência cristã o proíbe.
Você precisa se precaver em duas direções: guardar muito bem o que é seu, para que ninguém lhe tire coisa alguma, e não roubar coisa alguma que pertença ao seu próximo.
Deus o abençoe.
Texto originalmente publicado na edição 256 de Ultimato.