Quem de todos eles ignora que a mão do Senhor fez isso? Em sua mão está a vida de cada criatura e o fôlego de toda a humanidade. (Jó 12.9,10)

A concentração de poder não está nas mãos do homem que preside a nação mais poderosa do mundo, não está nas mãos do homem que comanda a maior multinacional do planeta, não está nas mãos do homem que acumula o maior conhecimento científico da história dos povos, não está nas mãos do homem que chefia a maior facção religiosa da Terra.

Por mais poder político, econômico, científico e religioso que alguém tenha, a concentração de poder nunca esteve em mãos humanas. Não somente a religião, mas também a história, ambas mostram que a concentração de poder está nas mãos de Deus. Ele nunca deixou de ser o Senhor dos Senhores ou o Rei dos reis. Apenas Ele, e mais ninguém, é o Todo-poderoso.

Muitos não sabem que Deus detém em suas mãos a concentração de poder. Outros sabem, mas só teoricamente. Poucos sabem e ao mesmo tempo estremecem. Há também os que. fingem não saber que Deus tem todo o poder em suas próprias mãos.

Algumas pessoas têm realmente poder, muito poder; provocam respeito e metem medo. Mas é um poder relativo, um poder aparente, um poder frágil, um poder temporal. Que acaba sinistramente de uma hora para outra. Como o poder dos grandes impérios, que caíram e continuam a cair, um atrás do outro. Embora tenham cabeça de ouro, peito de prata, ventre de bronze e pernas de ferro, os poderosos de ontem e de hoje “têm pés em parte de ferro, em parte de barro” (Dn 2.23).

É aí que está a fragilidade deles: pés de ferro misturado com barro. O problema é que as multidões só contemplam a cabeça de ouro, o peito de prata, o ventre de bronze e as pernas de ferro. Ninguém olha para os pés, que os poderosos tentam esconder.

Somos convidados a olhar muito mais para Deus e muito menos para os poderosos deste século. É preciso temer muito mais a Deus do que aos homens. Convém olhar pela fé Aquele que é invisível (Hb 11.27) e deixar de babar diante das demonstrações ostensivas dos que têm cabeça de ouro e pés de barro.

Se alguém se der ao trabalho de ler o discurso de Jó em resposta ao seu amigo Zofar, encontrará ali uma bela e singela descrição da verdadeira concentração de poder (Jó 12.7-25). Nas mãos de Deus “está a alma de todo ser vivente, e o espírito de todo o gênero humano” (v. 10). É Deus quem segura a chuva, dando lugar à seca, e deixa sair as águas, dando lugar às enchentes (v. 15). É Deus quem dá às nações grandezas e poder, e depois as derrota e destrói (v. 23). É Deus quem tira os reis de seus tronos e os põe na prisão (v. 18). É Deus quem afasta os sacerdotes de seu ofício e derruba os que estão no poder (v. 19). E assim vai. Nesse discurso, Deus é o Deus que tira soberanamente o que quer: a saúde, a vida, a autoridade, o poder, a eloqüência, a sabedoria e a glória. Ele é quem controla tudo. É de fato o Senhor da história.

Porque a concentração de poder está nas mãos de Deus, é muito melhor nos curvarmos diante dele todos os dias. Quem não se porta assim, comete pecado e arrisca sua segurança temporal e eterna.

Texto originalmente publicado na edição 252 de Ultimato.

 

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