1. Caro Marcus Vinicius,

    Li em sua postagem anterior que você considera “um reducionismo” tratar de questões éticas bíblicas tais como casamento homoafetivo e aborto. Mas a Escritura cristã não considera tais assuntos reducionismo. Ambos são execrados e abominados do que ninguém menos que o Deus criador. A menos que você não considere a Bíblia a Palavra de Deus, essas questões não são de margem, mas estão no cerne da ética bíblica. Agora, se você não crê na Bíblia como inerrante e adere a uma ética subjetiva e totalmente imanente, então você está mais próximo do liberalismo do que do cristianismo. Se for esse o caso, devia se arrepender e voltar-se ao Jesus da Bíblia, o único que realmente redime e transforma. Li hoje a resposta de Pr. Franklin às suas postagens no blog Bereianos (http://bereianos.blogspot.com.br/2015/07/estadolatria-sobre-idolatria-da.html#.Va_MwehVhBe) . Por mais que você o critique em seu facebook e tudo o mais, as posições dele são claras – não ambíguas como as suas; talvez ele não seja tão suave, como você esperaria, mas ele empunha a bandeira da verdade, é ortodoxo e está do lado do Deus da Bíblia. E você, do lado de que deus está? O da imaginação dos homens e filósofos ou o da Bíblia? Escrevo com amor, não com rancor ou ira. Quero o seu bem e por isso, como alguém que já peregrinou um bocado nesta terra, ofereço esta palavra de exortação. Volte-se para a Bíblia, Marcus. Submeta sua visão política e cultural à autoridade das Escrituras. Isso vai te salvar. O contrário será condenação para você. Abraço de um leitor seu.

    • Caro Jorge,

      Obrigado pelo comentário. Contudo, creio que vc se enganou quanto a minha posição – talvez tenha interpretado mal minhas palavras. Não considero que seja um reducionismo “tratar de questões éticas bíblicas tais como casamento homoafetivo e aborto”, a não ser quando…se trata mesmo de reducionismo.

      Quanto as possíveis “ambiguidades”, se trata na realidade de rechaçar o “óbvio”: a posição fundamentalista e estereotipada do que é “ser evangélico” que, tanto no Brasil quanto no exterior, nos últimos anos, tem sido sequestrada por cristãos extremamente conservadores e moralistas – com uma moral, aí sim, reducionista. A quem quer adotar uma visão unívoca, que julga de antemão inequívoca e, além disso, fundamentalista; para cristão com esse tipo de posição, qualquer questionamento a suas posições teológicas e políticas tende a ser visto como uma “ambiguidade”. Mas não se trata de ambiguidades, mas de um chamado ao pensamento crítico e ao arrependimento.

      Além disso, minha questão com o Pr Franklin se dá no contexto de uma disputa dentro daquilo que se denominou na história da igreja como Neo-Ortodoxia. As posições do Franklin são, a meu ver, incompatíveis com essa leitura. São, na verdade, fundamentalistas teologicamente; e neo-liberais (e, por vezes, conservadoras) do ponto de vista político.

      No mais, segue abaixo a resposta que coloquei para o Jonatas (comentário próximo ao seu) e que serve como resposta também para seu comentário:

      “Existe toda uma discussão sobre ética cristã que é extremamente relevante – e que nunca ignorei. Apenas a título de exemplo, a obra (talvez) mais famosa do sociólogo e jurista Max Weber tem o título de “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. Certamente, é possível ser protestante/evangélico e dar atenção apenas a uma ética individualista – ou seja: aquela que se preocupa apenas e exclusivamente com assuntos de caráter “moralista”, observando preceitos bíblicos apenas na área “sexual” da vida. Isso é, sim, uma simplificação. Repare: nunca disse que isso não é importante; mas digo que se nossa ética se reduz a isso, teremos uma ética protestante simplificada e perigosa, e que é movida não pelo Espírito Santo – mas talvez por outros espíritos (como o do capitalismo). Mas isso é típico da posição fundamentalista da fé cristã que se expandiu no Brasil. E também é o cerne do que se procurou superar, por exemplo, com a teologia da missão integral.
      Quanto a Paulo, ele disse coisas que abalaram o Império Romano em sua (talvez) principal estrutura: a escravidão. Mas também disse algo que deveria deixar todos os cristãos ditos de “direita” – e os entusiastas do liberalismo econômico – no mínimo com uma pulga atrás da orelha; me refiro a I Timóteo 6: 10.
      Grato pelo seu comentário!”

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