O salmo do pavão 

quarta-feira
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Nada me abalará! Desgraça alguma me atingirá, nem a mim nem aos meus descendentes. (Sl 10.6)

O salmo do pavão reza assim: “Nada me abalará! Desgraça alguma me atingirá; nem a mim nem aos meus descendentes” (Sl 10.6). O salmo do cordeiro tem outro tom: “O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta. Em verdes pastagens [Ele] me faz repousar e me conduz a águas tranquilas; restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem” (Sl 23.1-4).

Há uma grande diferença entre o salmo do pavão e o salmo do cordeiro, embora mencionem coisas parecidas… O primeiro diz: “Nada me abalará” e o segundo diz: “De nada terei falta”. O problema é que o pavão se vale do pensamento positivo, ao passo que o cordeiro se vale dos cuidados do Bom Pastor.

O salmo do pavão é arrogante e presunçoso. Traduz o discurso daqueles que se julgam autossuficientes. Daqueles que emitem cheques sem fundo. Daqueles que garantem: “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei!” (Mt 26.33). Daqueles que, de repente, ouvirão a ordem vinda do céu: “Derrubem a árvore e cortem os seus galhos” (Dn 4.14).

Como se vê, o salmo do cordeiro é quieto e cuidadoso. Traduz o discurso daqueles que se julgam carentes. Daqueles que apelam para a misericórdia. Daqueles que sempre ouvem a voz de Jesus: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). 

 

>> Retirado de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos [Elben César]. Editora Ultimato. 

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