Porque amanhã vamos nos encontrar

Vou-me embora para Nárnia

(paráfrase em Manuel Bandeira).

Vou-me embora para Nárnia,
Lá sou amigo de aslam
Lá Aslam é o justo Rei.
Lá terei a casa que quero
Nas terras férteis que escolherei.

Vou-me embora pra Nárnia,
Aqui não sou feliz.
Lá a existência é eterna
É uma alegria permanente.
Cultivarei belos jardins,
Viverei sempre contente
Montarei em cavalos alados
E pelo céu eu voarei.
Tomarei banho de rio,
Grandes peixes pescarei.
Vou me embora para Nárnia.
Lá sou amigo de Aslam
Lá, Aslam é o grande Rei.

Vou-me embora para Nárnia
E nas tardes calma
Com a alma cheia de luz,
Na grande mesa sentarei
E radiante de alegria
histórias para todos contarei.

Lá em Nárnia há pão para todos.
Em Nárnia Aslam é o Rei.
Vou-me embora para Nárnia,
Foi Aslam quem me chamou
Não posso recusar o convite
Daquele que um dia me salvou.
Vou-me embora para Nárnia .
Lá sou amigo do Eterno Rei
E diante do seu trono
coroado de alegria
eu me prostrarei!
Vou-me embora para Nárnia .

Zeferino Alvaro de Andrade

  1. Vou-me embora para Nárnia,
    Lá sou amigo de aslam
    Lá Aslam é o justo Rei.
    Lá terei a casa que quero
    Nas terras férteis que escolherei.

    Em Bandeira era assim:

    Vou-me embora pra Pasárgada
    Lá sou amigo do rei
    Lá tenho a mulher que eu quero
    Na cama que escolherei
    Vou-me embora pra Pasárgada

    Aí eu me pergunto: será que quem escreveu essa feiura de rei, mulher, Pasárgada substituído por outras palavras sem cheiro e incolor, publicado, certamente, com a devida autorização da proprietária do blog que deveria saber um pouco mais de Manoel Bandeira, alguma vez na vida lera Manoel Bandeira? Por certo, não, tenho comigo.

    Bandeira nem de longe, nem em versos, prosa, seria capaz de dar-se a devaneios cheios de pruridos morais como este. Pernambucano arretado e mulherengo, cai na boca do autor do artigo como se fosse uma espécie de Gregório de Matos ‘domesticado’?

    Quando Bandeira escreve, Pasárgada, mais que uma utopia, era o sensual na forma poética mais próxima dos prazeres dos sentidos e da voluptuosidade do possível.

    Quando escreve “lá tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei”, o pudor revestido de moralismo cristão transmuta e dá um arrepio na poesia de Bandeira saindo com CASA e TERRAS FÉRTEIS e NARNIA.

    Imagino o que o autor do artigo escreveria, e com a autorização da autora seria publicado, se o texto de Cântico dos Cânticos caísse-lhe às mãos. Hilário? Não. Exótico? Não. Apenas aquela revelação de que cristãos em geral quando não entendem de autores e poemas deslizam na maionese sobre a manteiga.

    • Olá Eduardo,

      Respeito sua opinião, mas não me canso de repetir que esse é um site democrático e todas as manifestações artísticas de bom gosto são bem-vindas. Se não lhe agrada, o problema é seu. Outros, mais sensíveis à arte, vão gostar e apreciar. A vida que Manoel Bandeira levava não está em questão aqui, nem o que ele pensou ou defendia no poema original. Sua atitude, sempre agressiva é contrária ao espírito desse site e me faz dispensar seus comentários que vou ignorar daqui para frente.

  2. Bom… Esse Eduardo talvez não saiba o que é paráfrase. Por outro lado, parece ser ateu, tal qual manuel bandeira. Conheço Manuel antes dele. Quando menino, meu avô, pernambucano e poeta de cordel , declamava para mim trem de ferro, com tal sonoridade que eu gargalhava feliz da vida,
    Seria interessante que o Eduardo escrevesse algum ensaio abordando esses aspectos que ele pontuou na critica ácida e respeitasse a criação poética.
    Não ha duvidas que Manuel foi um excelente poeta e que inspirou muitos outros…
    Para nós cristãos, a arte é um dom de Deus. Se manuel poetizava, era porque Deus lhe concedeu esse talento.
    A respeito de Cântico dos cânticos, posso fazer uma análise literária para ele. Diria que é um poema pagão. Também escrevo poemas pagãos, sensuais e eróticos…

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